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A vergonha

Ela estava quieta, e no meio de todas aquelas pessoas ainda submergia a ansiedade de seus dedos, pernas e alma. Era só mais um domingo. Na calma exteriorizada vibravam as pálpebras agoniadas. Sentou na cadeira mais distante de todas, suportou a própria presença, ninguém se atreveu a aproximar-se, era só ela inquieta em pensamentos e complexos. Como não se bastava, tentava manter diálogos prolongados consigo mesma, mas silenciosamente tecidos. Não se entendia o suficiente e sentia medo do não compreender-se. Foi, então, interrompida por si mesma por 10 vezes nesse bate papo, colocando a mão fechada para apoiar o queixo e desabafar com um suspiro de cansaço. Era de um cansaço mental que exauria todas as suas energias, e ela sabia que não tinha nenhum controle. Ela buscava na normalidade um descanso para esse ritmo áspero de pensar. Olhou em volta e aos poucos as pessoas começavam a se mover mais para perto dela. Mesmo assim, ela parecia areia do deserto, com a facilidade de esvai