"Pertences-me quando caminho pela tua memória suicida de amante condenado a perpétuo desamor" (Ana Merino)
“E como é sempre meus olhos abertos perscrutam-te símbolo de tudo o que me foge como apertar o ar dentro das mãos e querer agarrar-te oh substância Canto-te Para que tu existas E eu não veja mais nada além de ti” (Ana Harthely) Tanto esperei em devaneios a tua vinda, que esqueci de perceber o desgaste do que mais amei. E me despi em tantas palavras adocicadas, mornas e sedutoras, até não haver mais nada que me escondesse a alma. Nada havia além de sentimento, nada. Apenas havia um coração que batia feito louco, envaidecido de sentimentos tão débeis. Os anos foram passando, se avolumando, e eu continuei aqui, esperando um sinal, uma senha que jamais chegaria. Havia nessa espera algum encanto, talvez por quebrar qualquer regra, barreira. Ou de tanto eu reinventar um sentimento que sobreviveu a todo tipo de tempestade. E cá estou eu, percebendo tão facilmente os pequenos limites que nunca foram suficientes, de tanto ir, extrapolou, preso está do lado