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Mostrando postagens de dezembro, 2013

"A gente se entrega nas menores coisas."

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  “Tu é diferente. Não é só diferente da maioria, é diferente de todos .” Eu nunca tinha visto um olhar pra dentro, aquele meio fixo que parece se observar adentro, que complica a alma, que vai tão profundamente como se a alma tivesse uma extensão infinita. Olhei fixo, me perdi na extensão daqueles olhos que se contemplavam, pareciam se conhecer e se desconhecer tanto. Eu jamais entenderia aquilo que estava a concluir, pareciam discordar e concordar numa velocidade que me agitava também. O que me restava era tentar da forma mais suave possível deixar que aquela impressão tomasse conta, mesmo daquele jeito meio escorregadio que tudo estava se encaixando, um doce que parecia tão amargo às vezes. O que eu posso te dizer era que aquele mistério me inundava por inteiro, e me fazia não saber mais no que pensar, era uma sensação assim como as outras, mas era irracional, não fazia sentido algum. Tudo o que estava claramente desvendado era que me apetecia aquela brutalidade

"A gente nunca pode julgar o que acontece dentro dos outros."

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  “Estou tentando me entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profu nda. ” A chuva escorria lá fora como córrego cheio, carregando tudo que tivesse pela frente. E mesmo assim, debaixo do dilúvio, sem tampouco guarda chuva, eu fui percorrendo caminho adiante, procurando por ele, sem ao certo saber qual chuva era pior, a de fora ou a que caía cá dentro. Tem hora que penso que eu simplesmente poderia ter tomado um rumo, um significado menos abstruso, mas se eu tivesse feito aquilo, eu jamais teria sentido um frio como aquele, ou sequer tomaria um café quente pra colocar meus pensamentos mais insanos em ordem. Por isso a sensação de ter ficado encharcada da chuva, por fora, por dentro, incluísse tanto sentido agora, porque o café tende a ter aquele efeito de abraçar por dentro. É igual a chocolate quente, mas é menos doce. É mais significativo. A quest

"Mas é melhor fugir de mim. Sem mais, sem dor, perto do fim."

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"Como num voo sobre o mar, sempre partir, nunca ficar.” Ela mantinha os olhos desfocados, com a imaginação dispersa. Voltava para casa no fim da tarde num sol que ardia na pele branca. Na rua oca o sol era refletido no asfalto, voltava a bater aquela onda de sol na pele. Ardia. Avermelhava aos poucos. Rubor. Ardor. Calor. Ao chegar à escadaria da rua principal, sentou no quarto batente da escada, descansou o olhar ao longe outra vez, suportando um pouco daquela realidade. E não sendo pouco, aquele olhar meio esquecido pelo tempo, a pele parecia reclamar ininterruptamente, os ombros, as costas, o rubor na face. O que havia de se fazer? Olhou então para o lado, os olhares então, encontraram-se. O olhar desfocado pareceu desalentar-se ao se acompanhar de outro olhar perdido. Na rua oca não havia sinal de vida. Num lugar de sol tão fervoroso, pele branca era vergonha imensa. E já não importava o que adiante houvesse de vir, a insolência da diferença merecia um erguer a ca

"E se me achar esquisita, respeite também, até eu fui obrigada a me respeitar."

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“Com todo perdão da palavra, eu sou um mistério para mim . ” Um simples fato. Por um fio estamos andando, por um ponto de equilíbrio, você sempre tem chances de cair. E com toda a sinceridade de que tenho mantido minhas palavras, com um ar quase otimista, mesmo que muitos desconfiem da minha estória, escutem. Confie na minha intuição. Terminantemente, é possível ser sorridente estando na corda bamba. Eu por exemplo, posso ser igual algodão doce, mas se errar na minha simplicidade, meu doce não vira nuvem colorida. E assim, reativamente, assinala-se uma contra resposta: - Viver assim te dá medo? – Insistindo – Não tenha medo. - É, tenho medo, como tudo que se faz com riscos. Nesse momento, aí na tela do outro lado, quero que você possa me entender. Minhas palavras se edificarão. O grande questionamento será apenas quem tu és antes de se conhecer? Que dirá quem eu sou por agora? Particularmente, eu acho que tudo o que somos se modifica. A alma é colorida, se pint

"Dizem que a vida é assim, cinco sentidos em mim. Dentro de um corpo fechado no vácuo de um quarto no espaço sem fim."

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  "Escravo, meu amor, é o coração que bate por bater, sem ter algum amor como razão" ♪...♫ Daqui a pouco, tolerando essas palavras, é o que titularia de findar. É exatamente isso que há em mim. Achei no meu interior, fui lá buscar, porque careci embeber dentro de mim tudo o que estava demasiado a flor da pele. Coloquei todos os alvitres, tudo o que foi divisão. Por onde minha alameda se entranha, onde me arrasto, eu já não sei reconhecer mais. Agora dilato tudo isso pra além de mim. Isso é tudo que há depois que me desencontrei da minha maior arma, minha solidão. Estou arriscando com o que havia em mim, o que quiçá fosse vácuo era tão completo que após toda a exposição, ainda assim não possui o que manifestar-se, então o que se conserva entre minhas entrelinhas?   Isso tudo, admito, parece um pesar, mas como tudo que principia também finda. Algo que notadamente se pinta com ar de raro, pode ser uma simples estória de mesa de bar, e nós sejamos meros personagens p