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Mostrando postagens de 2015

"e falsa para nós seja toda a verdade que não tenha sido acompanhada de uma gargalhada." [F. Nietzsche]

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[Nota: provavelmente o texto tem uma especificidade pessoal, e muitos conseguirão se encontrar nas palavras, mas como dona do texto, como ser exposto, garanto que somente eu sei para quem é. Para tanto, se ler, não confunda que é para si.] E quando o pequeno extinto mundo de si resolve rir da ignorância alheia? Aquilo que existe em mim, que incomoda, inquieta, faz questionar e principalmente irrita, fica exposta e ninguém consegue concluir? É sinal de que a mentalidade é pequena demais. Miseravelmente pequena. O que me permite o prazer de provocar a fermentação de ódio e fraqueza de quem esconde o rosto como ovelha, mas é lobo. Que as entrelinhas de uma vida sejam mais lidas que as palavras vazias, afinal a permanência de uma vida fica contraditória quando temos vidro em forma de diamante (quebra), ou somos diamantes (não quebra). Aquela que é nossa essência, fidedigna não se extrapola para demais, é única. Quando a gente força demais, facilmente os deslizes tornam-se percep

"Quer seja dia, quer faça treva, varre sem pena, leva adiante paz e sossego, leva contigo noturnas preces, presságios fúnebres, pávidos rostos só covardia."

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“Deram-me o silêncio para eu guardar dentro de mim A vida que não se troca por palavras. Deram-mo para eu guardar dentro de mim As vozes que só em mim são verdadeiras. Deram-mo para eu guardar dentro de mim A impossível palavra da verdade.” Tem sábado que a gente acorda e quer sentir apenas o gosto do café goela abaixo. E ao mesmo tempo sente uma sede inesgotável de querer compreender tantos desfechos sem sentido que a vida nos fere como punhal. Porém, sem alivio, sabemos que ao fechar os olhos numa sexta feira qualquer, tudo o que deixamos para trás, cada centímetro de coração, fica intacto, onde sempre esteve, e aonde apetece ficar, o resto é mania de impossível, da ânsia de nossa incapacidade de ter algo além daquilo que não tem consistência e navega pela escuridão. Por intermédio de tantos desentendimentos, a gente acaba por fazer o impensado, e não calcula o tamanho do estrago das ações para satisfazer nosso ego. Eu realmente gostaria que a dor que sinto

"Eu fico fora da lei, fora da linha, do sério, fora de tudo, fora de ordem com você dentro de mim"

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"Meu amor não mais deixes escapar nenhum desejo no teu olhar de pecados proibidos esquecidos" E dizia, enlouquecidamente, que jamais colocariam ordem, que mandariam num coração como aquele. Coração solto para o mundo, que não pode ser preso, ou a leveza do voo perde toda a beleza. Mas não é bem assim, as vezes no meio de um voo a gente acaba se aprisionando, sem querer, mas querendo. O querer é quem nos prende.  O querer tem poder nessa vida, e eu tenho estado querendo tanto, a ti, o tempo todo. É um querer tão inconstante, que muda a medida que a vida nos modifica. A cada dia, em curvas novas, em laços antigos me permito estar, cair, gostar como se fosse a primeira última vez. A cada mísero gesto, dentro de tuas imperfeições eu me satisfaço em contemplar-te, porque é confuso demais, chego a amar-te ao ponto de teus defeitos parecerem qualidades. E assim começo a tecer um novo verso, entoando teu nome silenciosamente, lembrando dos lábios que sorriem para mi

"Não crie expectativas, crie maturidade. Porque se tudo der errado, pelo menos você não vai ficar enchendo as redes sociais com indiretas." (Tati Bernardi)

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“sou um impostor, um dia saberão que simulei tudo o que sempre fui. sou uma ficção, meu sangue é só linguagem meu sopro é uma explosão que vem de dentro em forma de palavra.” Decididamente não irei falar sobre mim. Dessa vez me apetece falar sobre segundas pessoas, de forma meio indireta, como quem solta versos ao vento e colhe aquilo que semeado fora por longos anos. Ao certo, o tempo sendo dono de tudo, por vezes nos torna maduros, e reconhece que a vida anseia por planos.  Imagino que todas as pessoas no mundo busquem por alternativas de vida, por resultados, por sonhos e realidades mais palpáveis. Naturalmente, o que se quer é dividir a vida, ter em comum planos que passem daquela velha brincadeira do apaixonar-se. Hoje é sobre tal situação que gostaria de falar. Sobre criar sonhos e buscar, mas não sozinho, e sim a dois. Porque ninguém nasceu para viver sozinho, nascemos para dividir e ir contra as leis da matemática, multiplicar numa divisão.  Acreditem,

"Tudo de amor que existe em mim foi dado. Tudo que fala em mim de amor foi dito. Do nada em mim o amor fez o infinito."

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"quero antes o lirismo dos loucos, (...) o lirismo difícil e pungente dos bêbados, o lirismo dos clowns de shakespeare. não quero mais saber do lirismo que não é libertação." (Manuel Bandeira) O tempo que não tarda a passar, e assim tem levado horas, dias e anos de minha juventude, hoje me faz querer falar do principal motivo que me distorce ao descaminho, amar. E de tanto apreciar a literatura expositora do amor, que venho aqui novamente, mesmo sem dar muita credibilidade. É complexo acreditar num sentimento em que passei tantos anos enrolando o coração para não mais acreditar. Eu subjuguei. Hoje meu coração está sozinho, e de certa forma apreciando a arte da solidão com uma vontade imensa de assim continuar. Ao certo muitos apontarão o dedo no meu nariz e dirão: É desilusão, daqui um tempo passa, tudo passa. Eu, por sinal naturalmente, responderei a altura: Solidão não é questão de ser, mas de estar suficientemente bem consigo mesmo, ao ponto de

"A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais...." (Oscar Wilde)

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“Considero o mundo por aquilo que ele é, um palco em que cada um deve recitar um papel, e o meu é um papel triste. ” Talvez seja uma mania ruim viver de explicar as coisas. Infelizmente eu sou assim, gosto de detalhes, e são por eles que eu pego aquilo que quero, ou me pegam antes que eu possa me defender. É fato, os detalhes são as armas mais fatais e perigosas do amor. Como sempre, é provável que ninguém entenda as entrelinhas que me fazem escrever, e eu jamais ousaria falar sem abrir tantas continuidades se eu soubesse como explicar o que sinto. É uma profundidade inesgotável de sentimento. Dizem que o amor é a melhor magia que existe no mundo. E de fato, eu concordo. Aquilo em que a base circunda no amor é sempre real, profunda e verdadeira. Não importa o tempo, o esquecimento não tem poder algum, não acaba. Sem mais delongas, vou explicar o teor de meu texto ... Não sei se acompanhou um dos meus textos corridos, no qual intitulei de “A morte de Lavínia”, se não leu,

"Eu sei, é de se assustar essa coisa de finalmente ser par sem ter que se abandonar."

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Emudecer o afe (c)to português? Amputar a consoante que anima a vibração exa (c) ta do abraço, a urgência tá (c) til do beijo ? eu não nasci nos Trópicos; preciso desta interna consoante para iluminar a névoa do meu di (c)to norte. Inês Lourenço Um domingo que sem ao menos querer a gente se impõe a escrever, como se a solidão de fora combinasse com a de dentro. Nesse momento já não dá para saber aonde começa e termina essa insólita forma de ser, até onde eu estou sendo apenas como um domingo parado. Aonde a desembocadura do tempo demonstrará minha solidão legítima? Que tal mergulhar ao fundo do fardo da minha sol-i-dão, e trazer sol em tudo isso, com palavras que veranizam e amenizam tantas dores. Que (des)complexo o tempo, os dias, as horas desde o início sempre são aparentemente tão similares, mas existe algo de infinito nessas coisas finitas, e nelas existe um recomeço, e só assim a gente sabe se continua no fardo ou muda de direção. Sejamos submersos nessa minh

"As palavras, estejam reunidas como estiverem, explicam-nos sempre pouco"

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[NOTA] “Qualquer texto, por mais certeiro que seja, dificilmente consegue apropriar-se dessa zona em que, ao nos explicarmos melhor, ainda nos explicamos menos do que seria necessário “ E se a gente soubesse o tamanho do estrago da inércia em nossos próprios comentários, será que mudaríamos nossa forma de falar? Essa pergunta fica para vocês, e quem sabe, ao final dessa conversa desbocada que teremos, talvez tenhamos um ponto alvo para uma reflexão positiva. Primeiramente, sou muito prolixa, e ao fundo do meu fardo acredito que todos sejamos um tanto dispersos mesmo, e naturalmente sejamos em alguma parte iguais a tudo. Como somos muitos, vou chamar vocês de indivíduos capacitados para interações interpessoais (ao menos finjamos), e esta capacidade inerente (ou não), pode ser brusca ou branda. Essa interação se  multiplica , existindo vários tipos de interações, mas para o tal interesse deste texto infeliz, vamos nos ater as interações verbais, justamente as quais utilizo

"Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que... não sei onde... para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi..."

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“Passei por ti sem que te visse Vi-te depois de ti não ver O lembrar traz à superfície O que o olhar deixa perder ” Hoje, como muitos outros dias quando levantei não olhei o dia que marcava o calendário, apenas olhei a hora e o whatsapp. Não avistei que exatamente hoje demarcava 05 de outubro. E comecei o meu dia normalmente, fazendo tudo aquilo que apetece aos meus horários e obrigações. Após o horário do almoço, normalmente teria um tempo de olhar o email e responder as solicitações. E assim o fiz. Não questionei muito os meus hábitos rotineiros ou meu sono anormal, também não questionei meu cansaço. Liguei para o meu pai (eu nunca ligo para ele, mas hoje, liguei) e ouvi a minha mãe chorando. Então indaguei, “pai, qual o motivo de mainha estar chorando?”, e ele prontamente me respondeu: “por causa de Tia Neta”. Naturalmente ela não quis deixar indícios de que eram 05 de outubro, e ele também não se atreveu a dizer. Até aí eu ainda não tinha percebido na

"E nem, ao menos, posso compreender esta força amorosa que me leva para a tua loucura!"

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“tinha comigo um pedaço de ti e enquanto caminhava cada passo evocava a tua presença e tu estavas mais perto de vez em quando arrancava uma memória para passar o tempo e sangrava muito sempre que o fazia e um sentimento de culpa invadia-te por dentro e eu sentia que estavas perto e ao mesmo tempo tão distante de mim às vezes perco a memória da tua voz” (José Rui Teixeira) Se me entenderes, saberás mais de mim, compreenderá que és sujeito aos meus caprichos, ao teu domínio serei complemento perfeito. Seremos nós, nó, dois pedaços, diferentes, unidos pelo fio do destino, até que enfim, sejamos únicos um para o outro. Eu te falarei de amor, contarei piadas bobas, e vamos rir de minha mania estranha de não encontrar-me, sendo indistinta, e ao mesmo tempo comum aos olhos do mundo. Então me levarás para ver estrelas, pra fingir que somos românticos, e enquanto o mundo fica rodando, estaremos ouvindo Caetano, ou blues. Te farei amar o nosso caso, fingindo ser ras

"O que venço me vence, se não concentro o peso. Desgravito o vínculo dos meses, elimino a raiz quadrada do que morro."

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“ Paga-se a vida tão caro, mas viver não nos derrota, deslumbra. Estando certo de que o tempo terá como e onde ficar: no entressono. E não sou mais estrangeiro. Deus concedeu esta graça de permitir que mais velho, por tanto errar, possa ao menos contemplar que sou eterno.” Sempre haverá um dia certo para aquilo que há de ser/existir. E nada vai ser ao acaso, muito menos fácil de prever. Afinal, cada qual tem um caminho, e o descaminho pode ser o perder-se ou encontra-se. É tudo questão de ótica, daquilo que reflete e de onde se encontra o enxergar. Talvez ela fosse assim, e assim buscava seu caminho, o lugar ao mundo, e entendia os descaminhos dos outros como se fossem os próprios. E assim continuava a viver, lutando a cada dia por aquilo que acreditava. Antes, mais crença, e hoje peleja, aflição, um toque menos delicado com aquilo que outrora havia sido importante. Aos poucos a vida se confrontava e conformava em uma nova forma, um início menos doce, mas acautelado