A perda
Passados os dias, rotina inteira pela frente. Murilo tinha 11 anos quando na loja de discos, a tia perguntara: ”não sei se é do seu gosto, mas quer este?” Olhando a profundidade da capa avermelhada, meneou a cabeça positivamente. Eram dias comuns, que depois de certo tempo se tornariam um verdadeiro inferno, e ficariam retrocedendo como cenas mal feitas de um velho filme de terror, mas cheio de drama, com os gritos alarmantes, porém insonoros. O céu escuro deixou aquele dia ainda mais estranho. A tia passou o cartão e entregou o disco ao menino, que jamais imaginara que aquelas musicas iriam ser parte da trilha sonora dos dias mais dolorosos da vida dele. Estivera sóbrio a maior parte do tempo, e ao lado da Lavínia. No entanto, eles se tornaram apáticos, e ela fora definhando. Sem saber o que houvera e o que fazer, fora observando inutilmente o fim. Ela fora a primeira que realmente amou, com profundidade e simplicidade. Havia sido um tanto patético e sentimental. Cuidara dela com tod