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Mostrando postagens de setembro, 2011

Esperando o dia terminar

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O que sinto? Eu só sei que não é tristeza. Eu acordei bem, e agora estou esperando o dia terminar. Não estou esperando por algo concreto, na verdade só espero que o dia termine outra vez. Eu sinto agora um pouco da falta, uma saudade de alguns sorrisos, e de algum pedaço pequeno de alegria que ainda existe dentro de mim. No entanto, eu não estou triste, eu estou esperando. Esperando o dia terminar. Parece mais um drama. Não, eu sei que não é drama. São sentimentos. Eu os carrego aqui comigo, faz muito tempo, mas nem sempre deixei que soubessem. Porque minha mente já entendeu quase tudo, meu coração ainda não. Por isso parece drama. Mas não é. É apenas sentimento, mesmo eu nunca dizendo o que deveria, o que importa, guardei dentro de mim. Sempre foi tão difícil, um tanto quanto desarranjado, sem forma alguma; descolorado e sem ritmo algum. E assim como hoje, eu deixei o tempo passar, e me contive a esperar. Esperei um dia. Dois dias. Uma semana. Um mês. E assim dobrava

Trechos ( Caio Fernando Abreu )

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"Queria que pelo menos alguém um dia, levasse em conta o que vivi, o que tenho vivido, o quanto já cai e o quanto levantei em consideração antes de julgar-me. Sei que o que vivi não me livra das minhas falhas, nem quero que isso aconteça, só estou pedindo pra chegar devagar que eu ando frágil, pra não gritar que estou pensando e ando lenta por fora, em alta velocidade por dentro. Que eu ando precisando da compreensão dos sábios…" (Caio Fernando Abreu)   Tudo isso me perturbava porque eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém. Até então aceitara todas as ausências e dizia muitas vezes para os outros que me sentia um pouco como um álbum de retratos. Carregava centenas de fotografias amarelecidas em páginas que folheava detidamente durante a insônia e dentro dos ônibus olhando pelas janelas e nos elevadores de edifícios altos e em todos os lugares onde de repente ficava sozinho comi

Confissões

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Não sei por que acordei hoje com a terrível sensação de que por mais que eu continue andando por um caminho plano, os cacos de vidro que pisei ainda estarão presos nos meus pés. E ainda machucarão sempre que eu voltar a pisar no chão. E que comecem nossas confissões! Eu tenho medo do que você enxerga em mim. Eu tenho medo de reconhecer o que teus olhos refletem da minha alma. Eu tenho mais medo ainda, porque eu sei o que nunca vai desaparecer e o que eu deixei acontecer, mesmo sabendo que não deveria. Não sei se o nome disso é medo, mas eu sei que em algum lugar perdido existe uma parte de ti que você voltou a esconder. Eu sei que você também tem medo. Porque eu sou quem te faz dizer uma palavra a mais que os outros não conseguem. Você tem medo porque eu te faço, de alguma forma que não tem como explicar, perder o medo, e esse é a sua única proteção. Você tem medo de que tuas amarras se tornem mais soltas, que tua liberdade seja tamanha ao ponto de não haver limites. Eu também me sint

Autista de sentimentos

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Sempre tentei ser imparcial em transparecer algumas coisas. Tudo sempre amarrotado com o orgulho e medo. Os obstáculos, e o visível conflito entre emoções e vontades que juntos,  sempre se tornavam um muro intransponível. Por mais que houvessem recusas, reclamações guardadas pra mim, eu sabia que você podia me sentir. Até que num desses percursos que a vida brinca de criar abismos gigantescos, você desaprendeu a me decifrar. Você já não sentia mais. Tuas frases ditas já não faziam sentido. E eu já não conseguia forças pra continuar sofrendo. Apesar de tantos pedaços estraçalhados em que meu coração foi quebrado, de uma forma inexplicável, tu conseguiste fazer dos pedaços, o pó. Fui otimista até o ultimo momento. E todas as “nossas” musicas que marcaram (pra mim) diziam tanto (eu deixava que as lágrimas virassem chuva), mas que agora deixam a certeza que eu fui jogada aos leões, sem piedade alguma. Porque só eu senti, apenas um amou, e esse alguém fui eu. Vou então pausar. Somar. Porqu

Superei você!

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Sabe aqueles momentos imperfeitos resultantes de deslizes? Em que os sentimentos ficam confusos? Em que a ansiedade toma conta do nosso coração e  ele acelera desesperadamente? Sabe aquelas confissões esquecidas? Nossas palavras soltas? Minhas palavras “bonitas”? As partituras que eu criava tudo tão estruturado em nada? Pois é.  Isso foi perdido. Ficou no meio do tempo. E pra meu azar eu não fui capaz de esquecer por muito e muito tempo. Nem você. Ambos sentimos. Acreditamos. Foi grande, intenso, forte, maior do que eu sou capaz de descrever. Mesmo que eu acredite que só eu senti. Mesmo que você tenha dito sentir e eu não acreditei. Eu não acredito. Nunca acreditaria. ‘Quis tantas respostas, tive tantas perguntas. Pensei tanto sobre tudo. E mesmo quando finjo não lembrar, do que tento inutilmente esquecer, ainda vem aquele frio, aquele sentimento que eu sempre quis arrancar de mim’. Foi assim por um longo tempo. O nosso mundinho girou no sentido contrário. A gente não conseguiu mais c

Conversas e entendimentos

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Paramos os acordes destonados. E o silêncio bateu de uma parede a outra ecoando. Com os lábios colados, o olhar seguiu uma espécie de linha imaginária, até chegar diretamente na altura dos olhos. Sentamos pra conversar. Deu pra notar todo o alvoroço. Mal podia imaginar o que sairia de nossas bocas. E quando menos esperava, o primeiro ruído atravessou direto sobre mim, “eu ainda te amo”. Meu pensamento, abordado, por quatro palavras que quase arrancou o pensamento menos esperado ainda, “você ainda gosta de mim? Como podes me amar?”. O silêncio voltou a pairar externamente, porque interiormente tudo gritava em desespero. Percebendo que eu não era capaz de exteriorizar o que se passava por dentro continuou. “Menina, meus sentimentos nunca mudaram, meu amor sempre foi seu. A diferença, é que antes eu conseguia conviver sóbrio mesmo sem você, agora, já não mais”. Na tentativa de fugir, como sempre fiz, eu tentei desviar do assunto. Ele não permitiu. Não havia escolhas. E a conversa se este

Fim de jogo

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As lembranças das quais eu já tentei tornar reais, por serem apenas lembranças. Minhas loucuras. Loucuras alheias. Que não podem ser jogadas no horizonte dos olhos que não enxergam. Mas fora do contexto chega uma nova peça do tabuleiro. A rainha. Que não consegue reconhecer o retrato pintado pelos reflexos no espelho. Ela cansou do tempo parado. Ela cansou de esperar pelo checkmat. Porém, ela não se apressa. Está tudo tão friamente calculado. Ela mantem as coisas exatamente como tem que manter. E então, a ultima jogada. Por agora os cavalos se posicionam. O rei toma seu lugar. E o checkmat ordena o inicio de uma nova partida. As loucuras alheias são tão efêmeras quanto o vencer da rainha. Um dia o jogo ganha estratégia, o vencedor fica no chão. Mas a rainha, impiedosa, ela nunca se rende.

Carta de satisfação

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Não vou te escrever. Não vou mais tentar dizer. Embora tantas coisas estejam entre nossos cortes paralelos. E, por assim ser, se você voltar a se encontrar em mim, não se satisfaça demoradamente. Porque quando menos esperar, você vai ver em meus olhos, diretos, as verdades que eu nunca ousaria dizer. Nunca pense que mudarei de opinião. Não seria tão hipócrita. Aos poucos, nos enxergamos, mais profundamente. Mais eloquentemente. Um corpo esguio, autentico. Uma alma que cativa. Um olhar que destrói. Um sorriso que fascina. Um concepção de ideias retraídas. Era nosso mundo diferente. Eu gostava de dividir, meus sorrisos, minhas palavras, meus medos com você. E dessa forma eu fui, aos poucos, aprendendo a conhecer os detalhes, explicando o que eu também não tinha noção da profundidade. A desvendar os retalhos enigmáticos.  Mas um tanto quanto alucinada, minha vida se revoltou. Eu me deixei ir. E as coisas tomaram um rumo, que ainda assim, nenhum filme seria capaz de contar, porque o r

"Vivendo dentro de minha cabeça" (Ozzy Osbourne - Alive)

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Hoje, no meio desses pedaços de tempo que não se apagam, fico pensando. Sempre que a gente consegue parar pra observar o que se passa ao redor, na tentativa de acompanhar todos os movimentos que se conjugam um a um, é possível notar que tudo o que acontece ronda o desconhecido. O futuro tem laços atados com a liberdade. Tanto que de um instante pra outro é possível ter um ponto final, e iniciar uma nova estrofe. Parece até loucura?! Como dia na musica One in a million de Guns N' Roses "Bem, alguns dizem que sou louco e outros dizem que sou apenas eu mesmo." Posso ser a louca mais insana que houver, mas não é possível deixar de ver o que o mundo deixa tão às claras e que as pessoas já não conseguem mais enxergar. O querer sentir tanto, tudo, machuca. É sentir uma falta que não cabe no peito e que sufoca. E apenas se sabe da sensação da dor, que dói, corta por dentro. E que não tem remédio pra curar. "Dentro de mim sinto vontade de gritar, este terrível silêncio me pr

O depois de agora

É incessante o titilar das horas que ecoa pelo relógio Enquanto vagueia por momentos perdidos nos escândalos que se sucedem Pois ali Encrustado nos tempos entrelaçados ressoa o mistério O inócuo Curiosidade De quem não compreende Nenhum ponto final. Nas nuanças que entrecortam cada parte do que transcorre Inebriada de cores múltiplas Se esconde No final das reticências Nas profundezas de um preto incompreensível Que todas as respostas não são capazes de saciar a cede Inundando esse coração que interroga Pergunta Suscita Provoca A cada finalizar das facetas E depois do recomeço Do findar Nesse ciclo viciante Que se repete Repete Repete Eu não saberia te dizer jamais O que vai acontecer No próximo momento