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Mostrando postagens de agosto, 2011

Os olhos

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‘Como fui parar aqui? O que se passa? Você? Oh meu Deus?!’ Era tudo o que eu pensava. Eu poderia ter gritado. Eu poderia ter lutado. Mas nada fiz. Eu só fiquei ali, e deixei acontecer, observando tudo isso se depositar sobre mim. Feito poeira. E por quê? Pra que? De nada adiantou. Eu olhei para aqueles olhos que falavam intensamente, gritavam. Deixavam-se transparecer. Amarelos, doentios. Quase mortos. E, de perto, brilhavam com cada tom de dourado e caramelo. Sedentos. Eu não queria que ele desviasse o olhar por um momento se quer, e ele não o fez. Tentei me esticar e o tocar, mas minhas mãos ficaram colocadas contra meu peito, meus braços congelados em meu corpo. Eu não sentia mais o corpo mexer.  Eu não conseguia me lembrar dos movimentos. Só sentia aqueles olhos.     Então ele se foi. E eu fiquei sem aqueles olhos. Aqueles olhos que me conheciam tão bem. Sem ele, todos os outros se aproximaram. Tomaram a distância como ponto equivocado. E se aproximaram. Sensação sufocante. A

Script empoeirado

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Aos rumores, ao balburdio, meu recolhimento. Agora entro no meu modo automático, que é talvez, engraçado, se não fosse um drama daqueles, infinitos. Antes que chegue ao fim, desse sucedido incessante, dou meu ultimo suspiro. Uma das minhas ultimas palavras deixo resvalar pelo meu olhar e o pensamento no emaranhado a tudo que nunca cede ao ciclo vicioso de voltar. Ser impertinente. Permanência inexistente. Que incomoda. Por agora, quero deixar meu adeus. Por nossos planos adiados, tão ensaiados. Fica marcado, numa noite de quinta feira, no café, o ultimo ensaio, e com toda a certeza, todos os planos, nossos papéis, serão mais uma vez só nossos. Que nada seja permitido a mim, porque quando quase cometi o maior de todos os meus erros eu estive plena. Meus planos eram válidos. E você sabia, que jamais mudariam as ordens das escolhas. Os mesmos planos. Os mesmos papéis. A mesma mesa. As mesmas pessoas. Um único olhar. Diálogos interrompidos. Por nosso silêncio, de não saber o que dizer.  

No contexto

Um tanto quanto sentimental? Pois é?! Acho que acordei nesses termos. Fora do contexto, não sobrou tanta coisa. E agora, fora do alcance, me sinto mais livre. Acho que tentei ir contra tudo o que eu acredito, por medo, por receio. Por vontade própria de me autoflagelar. Só que, algo tomou conta de mim, bem antes de provar pra mim mesma que eu estava errada   pela primeira vez. Então, eu errei uma segunda e uma terceira vez. Foram tantos erros. Mais tantos. Eu consegui me decepcionar comigo mesma. Como as lembranças são fortes, as cores, o contexto, o cheiro impregnado que sempre estava presente, eu enjoei de mim. Siiiiiiim, tomei abuso mesmo. Não conseguia aceitar que alguém fosse assim, tão errada, tão incerta, tão complicada, que eu fosse assim ... desse jeito. Desesperada. Intuitiva. Simplesmente assim. Confusa e inquieta. E que sabe bem dos próprios erros. E recusa a si, como se fosse ruim, ser essa discrepância do certo e o errado. Por quê?!  Por mais que a gente tente

Se eu te beijar você me beija?

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Vendo o vídeo....................   E de repente me bateu uma vontade doida de atravessar o oceano, a nado… O mais rápido possível. De preferência, num segundo só. Eu queria mais, queria me teletranspotar, ficar bem perto de ti. E sim, estar realmente pertinho de tudo o que eu quero sentir. Mais profundo. Mais intenso. Só nosso. Eu quero fazer de conta que sou gente pequena, e que minha imaginação é mais  do que real, eu pego, seguro, amasso, transfiguro e faço virar brilho no ar. E que meus sonhos pareçam com todas as minhas verdades, estampadas na cara.  Eu quero chegar mais fundo nesse abismo que não tem fim, esse abismo de gostar. Pra que o gosto que emana dos teus lábios, possa enfim, nos meus estar. “Se eu te beijar, você me beija?”. Ahhhh ... vontade sem fim.  E   “Quem vem com tudo não cansa…” .  Eu não canso nunca. Até porque não ando muito confiável para discernir o que é ou não real, afinal tudo junto, confuso e perfeito ... nada de quebrar com m
Por alguns dias ... tirei uma "folga" daqui.  Vou postar raramente ... como hoje!  Bjaum 

Existia(s) ...

De frente pra porta, a beira da realidade, outra vez. A............................... .........Escada ......................... Que ................................Eu ....................................Tropecei (caí ) .... pena, findei no chão. ...................................................Já ......................................................Não lembro ..........................................................................Nada .................................................................................. Além   ..........................................................................................Da dor. Que agora some. Lentamente. Eu sou quem sou?! Eu posso querer não ser eu?! Confesso, não há o que mudar, eu sou toda errada, e até quando certa, sempre tem algo errado. Não confias. Eu não confio. O que começa torto, só se torna direito quando você tenta mudar. Mas eu não mudo. Sou o fio da roupa que não obedece à costura. Existem três ou quatro de mim por aí, e e

Meu? Meu tudo?

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Se apenas você pudesse estar aqui, comigo. Se você apenas pudesse saber como me sinto, o que se passa dentro de mim. Como dói não entender. Saber o que eu sei. Querer o que eu quero. A estima? Temos a atitude em comum, não é problema. É algo a mais que nos une e fujo por saber que seria perfeito. A perfeição existe? “Você que se cuide E pare de me dar respostas prontas Que você tem problemas, eu sei (…) Eu tenho tudo o que você precisa E mais um pouco Nós somos iguais Na alma e no corpo” Você não entende, ainda não é capaz de notar. Será que não está na cara que és único e intenso demais. E emoldurado pela intensidade. Explosão. Eu já nem sei em que momento eu estou. Inicio. Meio. Fim. Recomeço?! Posso dizer que me perdi e me encontrei nas gotas que derramei algumas vezes. E mesmo não entendendo nada, eu sabia que valia a pena. Me vi ali, perdida nas frases e encontrada na força do que sinto, traduzida. Feliz. Feliz. Aliás, muito feliz. “Never opened myself this way” “Trust

Entre(laçados)

Por você, tudo tomaria um rumo tão longínquo. Eu fazia menção de ter meus achados mutáveis, você não deixava. Lá fora, cores mudavam. Aqui, a dos teus olhos, do teu cabelo, da tua pele, da tua boca. Cor com sabor, com cheiro, intensificadas a cada momento. [gosto das nossas cores misturadas] . …..Confissões ásperas. Lábios macios. Todos os sentidos, sedentos. Se requerendo. …….Sensualidade carmim criada na preguiça dos corpos, quentes. Envoltos. Sobrepostos. Entrelaçados entre laços invisíveis. Contava segredos, sonhos, devaneios… logo depois, atônita, sem graça eu tentava desviar o olhar. Você me puxava, me pegava, me trazia de volta. Queria que eu te dissesse cada desejo, assim, olhando nos seus olhos.  Quer?  Eu corava. Você não aguentava olhar apenas. Era preciso chegar o mais próximo possível. Sentir todas as texturas nos nossos argumentos contraditórios. Você embarca nas minhas loucuras e eu, nas suas; experimentamos sabores, texturas… Boca seca, respiração com