"Magoa-me a saudade do tempo em que te habitava como o sal ocupa o mar, como a luz recolhendo-se nas pupilas desatentas"
"Magoa-me a saudade do sobressalto dos corpos ferindo-se de ternura sói-me a distante lembrança" Daqueles momentos que a nostalgia se faz presente, pergunta-me se ainda sou quem te faz perder a compostura, que do dia quase sem cor transforma em aquarela e desperta teus sentidos. Pergunta-me, se no auge da tua ânsia de ter-me, suas mãos trêmulas, suadas, agitadas para sentir a minha pele, ainda são as mesmas de antes. Se meu olhar ao te encontrar, ainda te toca, ainda te prende, e mesmo não se permitindo, com tantas turbulências interpessoais, sua face transmuta-se, enrubesce, e eu, que te vejo, teus olhos presos aos meus, no meio de uma antiga dispersão, fico descrente se sou passado, se sou presente. Será que sou futuro? Pergunto-te! Não importa, sou qualquer coisa meio esquecida, qualquer coisa que você esconde no meio do teu passado, mas devo ser mesmo uma tolice que ainda assim arranca suspiros de quem não se importa tanto assim. Que sejas pra mim, se