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Mostrando postagens de 2016

"eu e você sob o mesmo nós dois, sóis sob o mesmo pôr (o enigma do amor)"

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  “Visitador do meu seio interior a mim o júbilo segura o olhar que vacila na vastidão dos tumultos” Sempre questionei esses dias nublados, sem sol, sem azul e flores. Eu poderia continuar a insistir nessa afirmativa por muito tempo, até que um belo dia algo me bagunçou totalmente por dentro, e depois disso ... Bem, o depois disso é que rende toda essa prosa. Rende os cheiros, o gosto, o tato que marca a pele da memória. Sim, desses sentidos meio perdidos, meio entonados em nosso dó maior que inicia a música nova. Foi um daqueles romances que rendeu uma boa dose de poesia, canções e desenhos. Não era do tipo que ardia, mas do que encantava, prendia a alma pela própria beleza de existir. Cá, adentro do peito, depois de tantos anos, quando me pego a recordar, e revejo nossas rimas, os teus versos, nossa poesia toda enfeitada de sorrisos, sinto o coração estremecer, afinal toda arte cantada é tão quente, ferve, evapora e depois condensa. Eu até gosto quando chove,

Assédio velado, Jout Jout e uma xícara de café quente

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"A calúnia é um assassino moral" (Gustav Flaubert) Estava cá a pensar sobre alguns assuntos polêmicos. Então fui questionar nossa força diária e refletir sobre tais pontos. Os assuntos desse post se resumem em dois vídeos da Jout Jout. Dois assuntos fortes, que acontecem despercebidos ou velados por uma sutileza enganosa.  Eu não vou escrever sobre o assunto, não vou destrinchar. Deixo os dois vídeos abaixo para que vocês reflitam. Se passaram por um algum tipo de assédio, relacionamento abusivo, etc. É preciso retirar a própria máscara para encarar a si mesmo. É difícil para o agredido aceitar a situação, assim como é difícil para o agressor assumir a própria culpa.  Para explicar o que me levou a pensar e refletir ... eis o vídeo da Jout Jout. Assistam:  Outro ponto muito importante no meio de tudo isso é esse outro vídeo:  NÃO TIRA O BATOM VERMELHO   O intuito desse post não é agredir, apontar ou criticar. A ideia por baixo dessa linha de raciocínio é m

Deixa permear, deixa veranizar

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Queria ter te conhecido antes, antes do sol escurecer. Queria ter te conhecido antes, mas aprendi que viver Sem te ter, É ainda ter história pra contar, Rir, E no sorriso te encontrar. Mas é loucura viver de grão em grão Te esperar, E a renúncia da procura, Ficar nesse desencontro escolhido, Nessa presença inconstante Deixa permear. O tempo vai dizer, aquilo que tiver de ser, será. E se eu te pedir um sim, Responde, Que morrer de saudade não foi feito para mim. E ainda assim, Se eu te encontrar, Meus olhos vão saber te dizer, Nossa condição, Amar de coração acelerado Peito insaciável, Nessa necessidade desmedida de tua presença. Sob teu abraço, Me permito ao teu tato   Incansavelmente se tenta esvaziar de dentro do coração, Dor que alardeia a alma, Transporta para fora ilusão, sonho e emoção. Deixa veranizar. O tempo vai dizer, aquilo que tiver de ser, será. Parceria com   Sammy

"foi já tempestade fechada em nevoeiro, hoje é apenas brisa afrouxada na distância"

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"Mas o silêncio é certo. Por isso escrevo. Estou só e escrevo. Não, não estou só. Há alguém aqui que treme." (Alejandra Pizarnik)   Abro o meu coração aqui outra vez, como quem abre as cortinas de um velho teatro. Nessa tentativa vã, buscando ser inteiriça depois do despedaçar-se, persistindo numa agitação incontrolável, me proponho um discurso frágil de quem realmente queria poder mudar aquelas coisas dolorosas e imutáveis. Eu não consegui, mas deixo nas mãos de Deus o cuidado, a misericórdia e amor.  Ontem me pediram que eu fizesse um texto. Algo que representasse o sentimento de vários corações unidos por uma dor em comum. Mas eu não consegui fazer um bom texto porque a minha dor era muito grande. Então, aos poucos, com pedaços de tantas memórias, cada um dando a mão, de pulso travado fui escriturando e costurando tantos retalhos.  Dias assim são intensos, e nos tornamos pequenos binóculos para os negativos de tantas fotografias, quand

"A vida é uma tragédia quando vista de perto, mas uma comédia quando vista de longe."

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“Nada é permanente nesse mundo cruel. Nem mesmo os nossos problemas. ” E que tal escriturar? Vamos nos aventurar outra vez a falar de sentimentos. De dores, dissabores e amores. Aquilo que me faz voltar sempre nas entrelinhas é justificável, é a sensação que me causa. Esse é meu jeito de viver os atropelos da vida, nem sempre recheada das melhores coisas. Existe uma necessidade enorme de explicar aquilo que capto do mundo. Todas as sutilezas mais brutas que o mundo nos vêm explicar. Como quem espera do mundo aquilo que não pertence, mas é passagem. Assim que observa e sente, repassa ao próximo com a explicação do sentir. Transmuta-se em uma nova informação e assim vai seguindo. A vida é interminavelmente louca. Nasce para logo em seguida morrer, mas permanece naqueles pedaços que surgem logo em seguida. Isto vai permeando as novas vidas, os encontros e desencontros. Afinal sempre deixamos um pouco daquilo que somos. Aos poucos as mudanças são formidáveis. Vira arte.

"Há um significado por detrás de cada pequeno ato. Talvez não possa ser visto com clareza imediatamente."

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“Inquieta-me, passar por você, sem que eu não o olhe! Meus olhos... Foram feitos, para ver o amor   em seu coração!” (Desconhecido) Sabe daqueles dias cansados e um pouco gastos? Foi mais ou menos assim para Rafaela. Havia trabalhado por horas, mas parecia que os cadernos de contabilidade só aumentavam em sua mesa. E quando a hora bateu na liberdade do final do expediente, acomodou toda aquela papelada na bolsa, entrou no carro. Colocou a bolsa no banco ao lado e começou a dirigir. Sentia-se muito confortável com aquela sensação de satisfação da volta para casa. A Rafaela não tinha filhos, mas tinha a velha casa. Incompleta, meio bagunçada, e solitária. A cozinha era pequena, apesar de poucas coisas, quase não havia espaço entre o fogão e a parede que emendava uma espécie de cozinha americana. Era uma casa toda pequena, quente, mas ainda assim era dela, ou resultado dos esforços pessoais. Na pequena varanda, ela tinha algumas poucas plantas, que ela cuidava diariamen

"Porque me alimento da tua boca e na palavra me sustento em ti." (Daniel Faria)

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Eu não como, Eu não sei como, Mas eu não como, Porque comer vem do alimentar, E dessa palavra eu só lembro de devorar, Devorar você em minhas palavras. Eu não me nutri, Eu não sei de nutrientes, Eu sequer vi sementes, Mas não sei se mente, Porque toda flor um dia foi galho, E de flor eu só entendo de aroma, Aroma que conheço do cheiro de tua pele. Eu não absorvi, Eu não sei de nada, Eu sequer ouvi falar, Mas não sei se aprendi a ouvir, Porque ouvir precisa de fome de atenção, Para engolir tudo atenciosamente, Digerir, Para nutrir, Para transformar. Eu, nada sei, Tampouco vou falar de ti, Me abstenho a ser apenas palavras que devoram teus nuances mais quietos. Me alimento disso, De não saber, De não comer, De ouvir. 

"Pertences-me quando caminho pela tua memória suicida de amante condenado a perpétuo desamor" (Ana Merino)

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“E como é sempre meus olhos abertos perscrutam-te símbolo de tudo o que me foge como apertar o ar dentro das mãos e querer agarrar-te oh substância Canto-te Para que tu existas E eu não veja mais nada além de ti” (Ana Harthely) Tanto esperei em devaneios a tua vinda, que esqueci de perceber o desgaste do que mais amei. E me despi em tantas palavras adocicadas, mornas e sedutoras, até não haver mais nada que me escondesse a alma. Nada havia além de sentimento, nada. Apenas havia um coração que batia feito louco, envaidecido de sentimentos tão débeis. Os anos foram passando, se avolumando, e eu continuei aqui, esperando um sinal, uma senha que jamais chegaria. Havia nessa espera algum encanto, talvez por quebrar qualquer regra, barreira. Ou de tanto eu reinventar um sentimento que sobreviveu a todo tipo de tempestade. E cá estou eu, percebendo tão facilmente os pequenos limites que nunca foram suficientes, de tanto ir, extrapolou, preso está do lado

"Estou atravessando o esquecimento" (Antônio Gamoneda)

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“E não sei quase mais nada. Aspiro apenas a estar contigo em paz e a estar em paz com um dever desconhecido que às vezes me pesa também no coração” (Antônio Gamoneda) Eu sei que hoje é um daqueles dias normais, que a gente tem apenas um monte de responsabilidades. Também sei que eu poderia estar fazendo outras coisas importantes, mas meu pensamento ficou um tanto preso aos detalhes das minhas entrelinhas.  Eu sinto que é muito difícil lidar com tanto sentimento, com tanta estrada que dividimos os passos.  Hoje, com todos os anos, posso dizer isso sem receio de estar errada. Eu realmente te amo. E nem por isso eu vou falar, porque não me apetece essa extrapolação de bem querer, porque arde no meu peito como dor. E em todas as vezes me resta apenas escrever aqui, para deixar de doer, para esquecer que o passado não leva apenas o tempo, mas também vai escondendo aos poucos a lembrança dos melhores momentos.  Meu peito dolorido ainda grita que o amor vai durar, per

"Por isso me refiz. E a vida se apresentou novamente como caminho para meus pés livres e descalços." (Adja Medeiros)

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Idade, vida que vai. Vida que não faz o menor sentido. E a gente se pega pensando nessas pequenas coisas, reviravoltas e conselhos. No meio do tempo acaba virando alguma conversa banal, que tem justamente a profundidade das almas que discursam seus volumosos pensamentos em algumas poucas linhas.  Entenda, ou não ... J: Adja se conforme que a dor é menor – risos. Adja: Não posso me conformar. De acordo com os mais velhos isso piora com os anos. J: E é verdade mesmo – risos. Adja: Quanta insensatez não? A gente quando criança quer ficar adulto para fazer o que quer. E quando fica adulto acha ruim porque descobre que essa liberdade é pura ilusão. Ah vai entender – risos. J: Mas vamos viver a vida, ficar chorando não vai voltar o tempo que passou. Essa é a realidade. Adja: Nada de chorar, isso é desgaste “debochante”.Vamos poetizar a vida, e rir da realidade, já que é praticamente impossível fugir dela – risos. J: Não temos como fugir dela – risos. Adja: Claro qu

"Repara como o coração de papel amarelou no esquecimento de te amar"

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“[...] Não tenho muitas palavras como pensei. “Coisa ínfima, quero ficar perto de ti”. Te levo para a avenida Atlântica beber de tarde e digo: está lindo, mas não sei ser engraçada. “A crueldade é seu dilema…” O meu embaraço te deseja, quem não vê? Consolatriz cheia de vontades. Caixa de areia com estrelas de papel. Balanço, muito devagar. Olhos desencontrados: e se eu te disser, te adoro, e te raptar não sei como dessa aflição de março, bem que aproveitando maus bocados para sair do esconderijo num relance? Conheces a cabra-cega dos corações miseráveis? Beware: esta compaixão é é paixão.” (Ana Cristina César) De poesia em poesia a gente acaba gastando palavras. Desgastando a alma. O coração vai virando uma metamorfose sentimental. E como tudo que há nesta vida, finda. Se não for o coração, então é o sentimento que acaba partindo. É um choque de realidade. É, talvez alguma coisa entre coração e sentimento tenha adoecido aos poucos durante todos esses anos. Se

"O meu tempo e o teu, amada, transcendem qualquer medida. Além do amor, não há nada, amar é o sumo da vida."

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“Há na intimidade um limiar sagrado, encantamento e paixão não o podem transpor mesmo que no silêncio assustador se fundam os lábios e o coração se rasgue de amor. Onde a amizade nada pode nem os anos da felicidade mais sublime e ardente, onde a alma é livre, e se torna estranha à vagarosa volúpia e seu langor lento. Quem corre para o limiar é louco, e quem o alcançar é ferido de aflição... Agora compreendes porque já não bate sob a tua mão em concha o meu coração.” (Anna Akhmátova) Eu imagino que isso tudo seja mais uma contramão, mas que é passagem. Ainda vai haver a hora de recomeçar, de mãos atadas, palma a palma. E nenhuma palavra ficará em distâncias mal resolvidas. Sim, terei o amor mesmo que apenas por pirraça, entrelaçada no fascínio do pertencer de forma espontânea.  Quando tudo isso passar, será que ainda haverá sentido? Haverá concordância? Hei de te ter nas minhas palavras, ainda escrito, feito verbo em movimento que constrói toda a intriga, se desliga e d

"Se o teu sorriso agora distendido não se mostrasse todo nos gestos do amor, se a tua mão não procurasse a minha, ou os meus dedos não pudessem, ainda que ao de leve, tocar a ponta frágil dos teus cabelos"

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"Esperando-te como quem espera de ti a liberdade ou a conquista de um rasgo de céu ou de uma aresta do mundo ainda por limar." Eu nunca poderia imaginar os efeitos de uma contradança de palavras e olhares, sorrisos. Quando conheci teu sorriso, não bastou mais que alguns minutos, me esqueci de admirar qualquer outra coisa além dele. Eu encontrava teu sorriso em tantas partes, não apenas nos lábios, mas começava do meu coração e terminava nos olhos que eu não cansava de observar. De ti, um sorriso, em mim, poesia. Imprecisa, mas era perfeita a sintonia. Como flor, teu sorriso regava minhas rimas. Éramos almas exatas, calculadas milimetricamente para permanecer assim, lado a lado, espelhados um no outro e inteiros de si, em si, no outro. Fui imaginada para ti, assim como foste desenhado pedaço por pedaço para completar-se em mim. Nas nossas circunstâncias, entre frases que deixaram-se emudecer, colocamos nossos pensamentos na estante, para viver

"Do you believe in love...? Então tá. Não insisto mais."

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“Dramas rápidos, mas intensos. Fotogramas do meu coração conceitual. De tomara-que-caia azul-marinho. Engulo desafroros mas com sinceridade. Sonsa com bom-senso.“ (Ana Cristina César) Não sei dessas tais relações tortas as quais pessoas resolvem seguir. E talvez por esse mesmo motivo eu tenha tanta dificuldade de colocar pontos finais, nas frases e nos relacionamentos. Tenho uma nítida impressão de que as minhas palavras são sentimentos escritos, ao ponto de frases confusas carregarem a minha identidade descrita nelas. A nossa conversa hoje é sobre esses finais, ou melhor, sobre a minha dificuldade em terminar frases, criando uma vírgula aonde deveria ter ponto. Como é complicado acabar um relacionamento profundo, mesmo que com toda a suavidade, não deixa de parecer uma crueldade. Vamos partir do princípio de que um relacionamento precisa de duas partes, envolvidas, colaboradoras, que tenham em comum o amor, mesmo que esse seja diferente entre ambas as partes. Al

"Antes um vazio imperfeito, uma ferida sem lugar que nenhum lábio, sequer os teus, saberiam calar."

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Hoje gostaria de usar o espaço para divulgar uma nova canção, ou mesmo um poema que não se cansou de gritar enquanto não foi tecido.  Feito nó Eu que era dele.  Ele que era meu.  Um do outro,  eternamente,  ao nos encontrarmos. Enlaçados, e nvoltos,  profundos como somos.  Tu e eu, p ronomes retos,  mas agora possessivos;  Meu intensamente,  tua imensamente.  Eu que sempre fui tão ajuizada,  esquecera de guardar meu coração.  Eu que sempre fizera da palavra sentido,  agora era só emoção.  Eu que nada deixava apoderar-se de dentro para fora,  Agora vivia de fora de mim, g uardada dentro do outro, e m teu coração.  Eu que nada sabia de mim,  agora era sabida dele. Ele que nunca fora muito cauteloso,  pediu meu coração tão docilmente.  E agora faz do meu dia a parte mais doce,  colorida, só por existir.  Fazendo o agora parecer tão mais importante.  Ele que nunca havia entendido o mar calmo do amor, e nfrenta agora a turbulência da paixão.  E que lou