"Que importa o que a verdade exalça se sou feliz desta maneira?" (Fernando Pessoa)
"Se achar que
precisa voltar, volte!
Se
perceber que precisa seguir, siga!
Se
estiver tudo errado, comece novamente!
Se
estiver tudo certo, continue.
Se
sentir saudades, mate-as.
Se
perder um amor, não se perca!...
Se o
achar, segure-o!
Circunde-se
de rosas e ame...
O mais
é nada".
E aqui me encontro,
atrasadamente, para me (re) compor em palavras. Que talvez lentamente voltem a
ecoar no meu pensamento. E como aqueles que acompanham, ou gostem de ler minhas
(entre) linhas, hoje, após 1 mês e alguns dias do último texto, e já mais
compreendida, volto a fazer as tais linhas tortas que aqui arranjo.
Por algum tempo eu
tenho ficado mais quieta, tentei colocar meus sentimentos em ordem. Aliás,
tentei buscar uma nova fase na vida, e nessa fase tenho compreendido melhor os
meus erros. E aceitado o quão falho todos nós somos, e principalmente, eu, mera
humana repleta de erros. Por esse mesmo motivo, hoje me volto completamente a falar sobre os (meus) erros, e aquilo que faz com que tenhamos um motivo a
mais pra modificar, e aceitar que estamos errados. Saber que a hora de mudar de
direção não é a mesma coisa de voltar para trás.
Bem, por um acaso, ao
levantar e colocar meus pés no chão, hoje, depois de um fim de semana
esclarecedor, tomei uma pequena decisão. Eu resolvi tomar as rédeas da
situação, e enfrentar, e de ser eu mesma. Pois é, decidi viver a altura daquilo
que me faz propulsão, e por esse mesmo motivo, me faz ter a coragem de lutar,
porque medo, isso não apetece a ninguém. A ideia persuasiva de precisar
modificar, de que sou mutável, reconheço que tudo aquilo que eu particularmente
acreditei pensar, era frágil, e que não é preciso tardar tanto para quebrar
algo fragilizado, moldar novamente e fazer algo forte vigorar.
Depois de rever tantos
conceitos reais, de viver a parte pobre do perder-se (mais uma vez), e abalar
por pedir a própria humanidade que há em cada um, e sentir toda aquela das piores
das tristezas, a angústia, o medo de errar, de ser fraco, de não ter forças de
levantar no dia seguinte, e o de ver que todos os esforços pra mudar a
realidade parecem em vão. Depois de tudo isso, eu percebi que isso tudo vai bem
além das minhas falsa verdade de olhar, porque todos acreditam no que veem, mas
tolos são em supor que nossos olhos podem ver algo mais. É mera ilusão.
Diante de tudo isso, abstraí-me
a treinar os passos, aqueles que antecediam dois para trás, no caso de voltar,
consequentemente, o pisar ser calmamente esperado, mas por ironia do que não se
espera, a gente sabe que não volta, é impossível repetir-se. Justamente essa
tal realidade, que nem de lá ou cá parece sensível com a nossa vontade, mesmo
mudando, voltando, no fundo somos os mesmos de antes, mas nos desconhecemos. E
eu, justamente um ser humano tão pouco compreendido, que de tão incompreendido até a si desconhece, o que é uma ironia de existir; essa pessoa
que indiscutivelmente impaciente, por vezes age cegamente, eis que sou um
absurdo, e arrogantemente acredito saber de alguma coisa, e que percebo a cada
momento que não sei absolutamente nada, por algum acaso da necessidade, busco a
paz na minha singularidade.
Aqui, depois de tantas
perdas, de tantas lágrimas, de tantos enganos, sofro por minha própria
fraqueza, e fico feliz, porque mesmo sendo errônea, buscar o melhorar,
naturalmente, e nas entranhas despertar, deixando de ver com os olhos, pensar
cronometrado e logicamente, sempre mantendo vivo que a permanência de um ponto
inicial é o lugar pra onde nenhum poderia voltar. Eu que já reconheço que nada sou, me sinto viva, e liberta. Porém, triste ainda. Afinal, tem coisas que nos deixam marcas, e a pior destas marcas é aquela que nós fazemos em nós mesmos, o decepcionar-se.
“[...]perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio,
a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola,
a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são;
e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio,
hão de vos responder: É hora de se embriagar!
Para não serdes os martirizados escravos do Tempo,
embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas!
De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha...”
a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola,
a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são;
e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio,
hão de vos responder: É hora de se embriagar!
Para não serdes os martirizados escravos do Tempo,
embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas!
De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha...”
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