Hoje me ocorreu que todo blog por melhor que seja tem seu fim após certo momento de vida. É impressionante como os meus blogs favoritos morreram. E só o meu vem sobrevivendo aos trancos e barrancos. Para quem o acompanhou nos últimos tempos, consegue visualizar como os textos foram modificando. Tomaram um ar mais corporal, menos romântico, e agora já não me surgem mais frases de amor. O motivo de tudo isso acabar, suponho que seja a fase de vida que necessita novos rumos. E quem os escreve, por trás das linhas tortas que vive, também precisa se reinventar.

Como já expliquei outrora, escrever sem viver alguma coisa é supor uma sensação. E escrever palavras sem que sejam reais, isso requer muito mais feeling pra transpor tudo o que se deseja para quem fica do outro lado. Sinceramente, escrever de sofrimento não me apetece mais. É um tanto cansativo viver amando e desamando uma mesma pessoa a vida toda. É muito egocentrismo e criatividade envolvido. O que meus vinte e poucos (quase trinta) não me permitem mais.

Por isso resolvi matar o amor e salvar a criatividade. Por isso matei a Lavínia. Por isso fiz tantas confusões usando sempre o nome que eu colocaria pra descrever a mim, aquela que fui quando apaixonada. Mesmo que estranho, era exatamente assim que eu me encontrava. Naquele dia em diante, me coloquei numa situação nova. Entregar menos o coração, e respeitar a própria individualidade.

Eu não acho que tenha esquecido, que tenha ultrapassado ou feito qualquer coisa que chegasse ao fundo de um relacionamento fracassado. Ao contrário. Acredito que enxerguei as coisas da forma que elas realmente precisavam ser.

Não houve mudança de opinião, de planos, ou de caráter. Apenas nos revelamos como seres tão diferentes. Um amor desses que trouxeram as piores lágrimas e os sentimentos mais delicados, não poderia ser insignificativo. Ao contrário, tivemos nossos significados decifrados, mas não necessariamente complementáveis.

Essas coisas que nem sempre terminam em finais felizes, necessariamente acabaram alí. Muitas vezes a gente apenas acredita que acabou naquele ponto, quando na verdade foi em outro ponto posterior, que trouxe o esclarecimento, e a sensação de calmaria. E foi assim mesmo.

O que me ocorre hoje em dia é muito diferente do que eu acreditava antigamente. Não me vejo mais dependente de pequenas coisas que faziam o dia parecer gratificante. Esse parecer não é o que me faz feliz. E literalmente a minha vida tomou um rumo completamente diferente. Talvez pela idade. Ou pela propriedade que mantenho sobre meus sentidos. O que me faz feliz agora, não depende de pessoas, não depende de segundos sentimentos, e isso é maravilhoso.

- Ah mas Kaká, isso parece ser solitário, e horrível.

Não é nada solitário ou horrível. Eu continuo vivendo, convivendo e avaliando o que acontece ao meu redor. O sol continua saindo do céu. Eu continuo tendo um relacionamento comum. Também continuo me questionando com todas as minhas atitudes que acho erradas, o que me faz perceber o quanto erro diariamente com as pessoas. Eu não tenho como falar que os outros erraram comigo, mas posso me cobrar pra não errar para com o próximo, muito embora, várias vezes eu falhe por ser naturalmente egoísta como qualquer ser humano na terra.

O importante disso tudo é que não matei somente o amor, na realidade apenas aprendi a amar. E não matei a minha criatividade, apenas acredito que escrever sobre certas coisas não me apetecem mais, ou sequer demonstrem o que eu realmente queira dizer ou esteja sentindo.


A minha vida mudou. Eu mudei completamente. Hoje a minha criatividade está mais forte que antes, mais feliz em escrever, mas não sobre o amor físico. Por isso, hoje eu ponho fim ao meu blog, e assim como tantos outros, ele já não será mais alvo de meus escritos. E assim desejo pra todos os que gostam da leitura dessas palavras tortas uma mudança, que seja benéfica, positiva na vida de vocês. 

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