"e falsa para nós seja toda a verdade que não tenha sido acompanhada de uma gargalhada." [F. Nietzsche]

[Nota: provavelmente o texto tem uma especificidade pessoal, e muitos conseguirão se encontrar nas palavras, mas como dona do texto, como ser exposto, garanto que somente eu sei para quem é. Para tanto, se ler, não confunda que é para si.]

E quando o pequeno extinto mundo de si resolve rir da ignorância alheia? Aquilo que existe em mim, que incomoda, inquieta, faz questionar e principalmente irrita, fica exposta e ninguém consegue concluir? É sinal de que a mentalidade é pequena demais. Miseravelmente pequena. O que me permite o prazer de provocar a fermentação de ódio e fraqueza de quem esconde o rosto como ovelha, mas é lobo.

Que as entrelinhas de uma vida sejam mais lidas que as palavras vazias, afinal a permanência de uma vida fica contraditória quando temos vidro em forma de diamante (quebra), ou somos diamantes (não quebra). Aquela que é nossa essência, fidedigna não se extrapola para demais, é única. Quando a gente força demais, facilmente os deslizes tornam-se perceptíveis. É como uma bailarina dançar funk.

Por tudo aquilo que nos torna fluidos, nos capacita a ser legítimos, autênticos e donos de si, resiste a imponência de respeito. Mas vos digo, aquele que não foi educado suficientemente será incapaz de respeitar, e vai encontrar na piada, na maldade e na vontade de machucar o próximo a forma de se sentir superior. O que na verdade só demonstra a fraqueza e tolice de quem na verdade acha que jamais conseguirá chegar até aquele ponto ou ultrapassar. Todos conseguimos aquilo que queremos, se de fato soubermos fazer a escolha certa. E não é diminuindo, machucando, batendo na porta do mundo que poderemos resolver. Porém se uma conversa não é capaz de esclarecer aqueles que são cegos, o que resta? Ignorar.

O importante de tudo isso é que aquilo que tentamos afogar seja de fato nossa forma de salvar-se. Porque uma hora aquilo que é murmurado e outras se transforma em silêncio, pode virar apenas mais um roxo, um tom a mais na carne da vida. Será que vale mesmo a pena? Que na ignorância que lhe povoa, desejo que venham tons diferentes, nada de roxos, vermelhos e nem verdes. Te desejo papel branco, lápis, livro e uma boa dose de consciência. E que a crítica que surge nos lábios que mentem, recaía sobre si, para que perceba que a gente só critica aquilo que na verdade é um defeito nosso. Digo por ter vivido, e hoje digo que admiro a quem tanto critiquei, porque de fato mereceram.

Quando forem observar, ou achar que merecem observar, observem demoradamente, mas respeitem a introspecção que o outro tem, afinal, psicologia é profissão. Se por amor, se por caridade, não desgastem os dias que se vendem para a morte, não acresçam a conta gotas de sangue mais uma vida.



“Eu, quando choro.
não choro eu.
Chora aquilo que nos homens
em todo tempo sofreu.
As lágrimas são as minhas
mas o choro não é meu.”

(António Gedeão)

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