"Eu só brinco quando é muito sério" (Alice Ruiz)

 “A gaveta da alegria
já está cheia
de ficar vazia

Peguei uma longa avenida imaginária para calar meus pensamentos. Contudo, quando mais andava, mais pensamentos tumultuavam minha pobre mente. Talvez eles poderiam ter pertencido a mim, talvez fossem apenas desejos de um momento passado. Enfim, talvez seja irreal amar de uma forma tão peculiar.

Mas nesse segundo que se passa, eu me coloco a percorrê-las como sempre fizera. Só que não pode sobrar ressentimento para o passo adiante. Nenhum motivo para doer e retirar mais lágrimas. E nesses tempos em presente se divide entre uma batida do coração e um coração quebrado, há é um espectro tardio que fica entre o escuro total e todas as cores.

Nessas avenidas do meu coração existiu por algum tempo um espaço criado pelo olhar em que sempre estava olhando-me nos olhos. E éramos construtores de base de um sentimento sob a forma de paixão simples. E agora, apenas de não inexistente, no tempo de uma vida, as lanças das palavras corroeram minhas entranhas.


Hoje, vivo em um pequeno espaço que ainda não teve tempo para se despedir, mas sabe que já tardou muito. E velocidade do tempo amargou meu querer permanecer. Enquanto isso, você finge que tudo está como antes. É uma rota de fuga, mas tens a perfeita liberdade de se perder nas suas escolhas.


Espero que com a vinda dessa noite escura, o que ainda tivermos, seja ao menos amizade. Porque por mais que eu queira ficar, meus motivos já se apequenaram. E eu quero a solidão ao meu lado outra vez. Para que eu possa completar quem eu me tornei após todo esse tempo.


Não pense que tudo continuará como antes. Agora até tenho algo consciente vivendo no meu peito, o medo. E por mais que te ame, eu me amo antes. E não posso arriscar minha vida por alguém que gritaria comigo. Então, entenda que é momento de se perder até que se recupere. E o depois trará uma boa surpresa ainda melhor do que tudo o que você já vivera até hoje.

Eu estarei com uma nova completa versão de mim. Talvez por desejo de sempre sobreviver. E a solidão fantasiada de esperança será uma nova avenida que vou andar até tardar.

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