“Ó doçura da vida: Agonizar a toda a hora sob a pena da morte, em vez de morrer de um só golpe.”


“A vida é uma simples sombra que passa (...); é uma história contada por um idiota, cheia de ruído e de furor e que nada significa."




Brincadeiras a parte, a vida leva a sério quando resolve deixar tudo completamente sem rumo, até a própria vida parece que se perde de si mesma. Coração dói, o corpo perece, a alma fica mais vaga que salão de festa quando tudo termina. E de repente você se sente em partes. O sorriso é pela metade. A tristeza também vai ficando pela metade até nem ela fazer o menor sentido. O problema é quando tudo o que te rodeia perde também o brilho e alma fica desbotada. É como se tivesse passado algo pesado por cima da nossa alma, e o passado em pedaços tornam-se resumidos ao verbo ir no pretérito desconexo.

O coração fica totalmente exposto, completamente nu. Não dá pra entender como as pessoas não se cansam dessa repetição. Porque meu caro, é sempre a mesma coisa, mudam-se os rostos, mudam-se as intensidades, o que não muda é a vida. É aquela coisa de você ter certeza que no fim tudo vai dar errado ou certo, e ainda assim se joga, porque de todo jeito dá pra prever. Só que o coração prefere arriscar no que é impossível de dar certo. Definitivamente o coração está longe de ser racional (o meu é irracional e desleal comigo). Sorte de quem tem um coração submisso ao lado racional.

O mais estranho, pra não dizer tosco, e já dizendo, é que a gente apanha tanto da vida, de todos esses relacionamentos estranhos em que estamos condicionados. E eu, claramente, com a condição única de ser a substituta, a que chega pra tapar os buracos que os outros deixaram, a que vai estar lá depois que aquela “gostosa” te dá o pé na bunda(se bem que todo tem essa possibilidade), etc.

“Considero o mundo por aquilo que ele é, Graciano. Um palco em que cada um deve recitar um papel, e o meu é um papel triste.


Então é isso vida? O negócio é esse? Amar, amar novamente, amar muito e se machucar mais do que amar? É deixar que a alma seja exposta pra curar os outros dos golpes de terceiros até que esse alguém fique bem e deixe você pra trás todo machucado? E aí no caso de pessoas normais, alguém aparece como num conto de fadas e te cura. No meu caso eu me curo sozinha, e aí aparece outro canalha pra me machucar outra vez (bem bacana né vida?). E justamente nesses desfortuno eu ainda paro e vejo o amor que os outros possuem e que pobre de mim, sofro por causa do que os outros sorriem. Ironia. Amar parece até mentira assim. Ou no mínimo parece uma piada de muito mau gosto.

O pior é que eu sou fraca demais. Isso mesmo, eu não sou forte. Se eu sigo em frente é pela minha fraqueza de preferir continuar e esquecer. E continuo sabendo que vou chorar muitas vezes, sangrar tantas outras, mas é meu coração quem escolhe, porque de alguma forma ele ainda é minha essência.

Eu não sei se você sabe, mas eu sou toda entrecortada de defeitos em relação aos meus sentimentos. Faço tudo errado enquanto escondo minha tristeza dobrada por trás de um sorriso. E aquilo que eu sou, na verdade está preso, amarrotado no meu clichê sem fim. São essas as tentativas resumidas numa só, a única presumível. Enquanto isso a dor me tortura, atormenta, e aí desaparece pro algum tempo, mas sempre volta pra me corroer como se fosse uma doença auto degenerativa crônica. E eu o que faço? Pobre de mim; continuo esperando pacientemente tudo terminar, mas se houvesse um botão de finalizar eu confesso que já o teria apertado desesperadamente.

Enfim, vou mentindo minha dor, negando meu sofrimento, e sorrindo da forma como parecer mais real. Sou boa atriz dramática, e pelas palavras faço do drama uma comédia, recebo todos os sorrisos de volta. E nessa coisa de verdades de brincadeira e brincadeiras verdadeiras serei parte da teimosia dos sorrisos verdadeiros voltados pra mim. Que seja meu paradoxo metafórico um sorriso inverso de uma alma profundamente doente. 

“Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.

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