"A vida tem um jeito engraçado de ajudar você, quando tudo dá errado e explode na sua cara"


“Desde o momento em que te vi
Sei para onde vou
Eu me proponho ser para você
Uma vítima quase perfeita
Eu me proponho ser para você”


O que haverá em mim após esses amores brutos que levaram minha alma? O que sobrou de tantas agressões, machucados? Vieram os sangramentos, até adormecer completamente em meu peito.

Amar seria uma doença degenerativa? Um sentimento envaidecido, que de tanto sentimento destruiu a si mesmo? Um beijo na face, um tapa logo em seguida, a mão atravessando o próprio espelho e a carne friamente cortada. Seria eu quem está cortado? Seria o outro que é meu reflexo o machucado?

Não sendo suficiente, na hipocrisia do ego sentimental, buscando provar-se como o suficiente, arrisca-se a justificar. Eu sou um homem suficiente. Eu sou uma mulher suficiente. Mas não é, é preciso mais.

O que haverá depois desses amores brutos aos quais já não pertenço? São velhos amores desfeitos? Laços sujos de lembranças. Agressões entrecortando todas as palavras escritas. Aos poucos o sorriso envaidecido morre. E nos braços de outro estranho o corpo padece contente, mas não é suficiente. Os laços são eternos e até que a morte seja cumplice do ponto final, outra parte viverá, e o meu coração, morto, estará sempre dividido a negar que não há desamores, apenas solidão.

“Justo quando eu prensei que conseguiria lidar com isso
Que poderia baixar a guarda por trás da falsa confiança
Justo quando eu achei a torta de humilhação sem gosto
Livre dessa cegueira e das suas garras tão firmes
Pois eu sou seduzida pela reação
E facilmente influenciada
Estou caindo outra vez
Retomo velhos truques da minha condução
Estou indefesa
Estou causando caos
Causando caos e consequência”

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