"O que importa afinal, viver ou saber que se está vivendo?"
“Só o que está morto não muda!
Repito por pura alegria de viver.”
Repito por pura alegria de viver.”
E a tarde se consumiu
tão rápido. Agora o céu começa a ficar acinzentado, com leves toques
alaranjados, enquanto eu fico cá a pensar quão triste é não saber, e morrer sem
saber que podia ter descoberto tantos mistérios e tantas aventuras. No entanto,
bem mais triste é morrer sabendo que mesmo buscando, tão pouco se sabe. Porque
a vida é curta demais.
Nessa tarde que se
esvai em calor, no fim de meio termo, meio de semana, nem é um começo, nem é um
fim. E se finda pra recomeçar. E recomeça, pra findar outra vez. Será vida? Vida,
explica? Você também é assim, ‘pintosa’ de reconstituições novas, novos pedaços
de alguma coisa ainda não ligada? Ou será que eu não percebi a minha falha?
Conteste-me! Eu, cá, não me encontro um minuto antes onde eu deveria ter
estado. E já não estarei onde deveria estar daqui a 5 minutos mais tarde, mas e
se ... E se... Talvez eu tivesse agido diferente? O que garante que deveria ser
assim? Ou será que é realidade que é ilusão, sendo a ilusão a verdadeira
realidade?! Não sei, faz diferença? Pra mim ... Toda. Assim, o mundo faria
sentido ou seria mais completamente louco. E quem dera ao menos eu soubesse se
faço parte de um redemoinho tridimensional em que tempo cruza com as linhas das
histórias, envoltas e devotas ao circulo vicioso do retorno ao passado que
depois vira novo. De novo. Novo? Novamente? Outra vez? Sim?! Não! Talvez.
Ah fim de tarde que me
faz pensar, pensa em mim, devolva a razão que eu nunca tive. E talvez, sem
exprimir metade das minhas incontestáveis inquietações mentais, eu possa dizer
mais uma vez que eu preciso viver bem mais que alguns cento e poucos anos, pra
aquietar minha cede de entender, e entender a mim, talvez, assim, eu possa
descansar em paz num fim de tarde, sem ter de pensar que deveria pensar mais.
“O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na
nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.”
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