"Quanto a mim, sou uma aquarela. Diluo-me."

“Sei tão pouco de mim
que me inundam estas
lágrimas por dentro,
sôfregas, centrífugas,
serpenteando caminhos
rumo ao incêndio.”


Minha arte, disfarçadamente cantada, pra que algum som fizesse transbordar o inverso da agonia de quem vez ou outra resolve dar uma volta no coração. Então, 

................................................................................................Sozinha;

..............................................E assim querendo permanecer, resolvi plantar flor perfumada de algum desgosto, e entre todas as relutâncias, vagando em meio à paciência, quase que pendurada pra não cair; 

...................Deixei-a brotar naquele solo que tão cuidadosamente preparei.

Voltei ao ponto mais uma vez. Extrapolando meus limites. Expondo-me feito exemplar raríssimo, estremecendo feito tinta em tela de um louco, pra decidir qual vale mais;
.......................................uma flor que insiste em exalar a dor fina da aflição,
..............................................................................ou 
.....................................o descontentamento com o imutável. 

Mas pudera algo ser imutável? 

........................................................Já perdi-me em meu pensamento. 

Desatinei.

Enlouquecida, reparo meu medo até na pele escrito, e de cansaço, .....................................................caindo, 
..............................................................o meu olhar já não fixa parte alguma do mundo lá fora,
............................................................................... igual a flor tão desgostosa, 
morre,..........................................................................................................e entre o claro e o pó, ................................................................................................. acolhida entre as palmas de minhas mãos, ..............................................................................................................deixo cair em seu último .................................................suspiro.

O sopro profundo de dissabor atrasa a queda, e a boca aguça o paladar, o gosto do pesar perde-se sem ao menos tomar conta de todo o ar. 
Desmorona, pétala por pétala. 
Caindo lentamente ao chão, ensurdecendo, tamanha a força que faz o chão moldar sua dimensão. Deixo-a morrer. 
Deixo-a cair. 
Igual a sacrifício, para que a imagem amargurada que tenho em meus olhos agora seja esquecida, sem cheiro, sem desgosto. 
Embriagada dessa ilusão, que não tem fragrância, não é tão intensa. 
Deixo que a vida tenha essa insustentável durabilidade, e permita-me ir.
Amanhã;
...........................................O mundo dir-me-á que a flor abandonou o cheiro, e serviu de adubo, naquele solo que outrora preparei....................................................................................................... Persistindo numa lucidez que eu não saberia explicar................................................... Apenas admirar. Adoçando o momento de acordo com meu paladar, agora refinado.
“Deram-me o silêncio como uma palavra impossível,
Nua e clara como o fulgor duma lâmina invencível,
Para eu guardar dentro de mim,
Para eu ignorar dentro de mim
A única palavra sem disfarce -
A Palavra que nunca se profere.”



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