Talvez não esteja preparado. Talvez ainda, mas um dia há de ser o momento de rir-se de si mesmo.

“Que coisa estranha é o ser humano, uma massa de ideias e registros que nos podemos apenas ler e sentir, e mesmo assim não exatamente como é.

Eu deveria estar fazendo algo importante (diga-se de passagem – escrevendo a dissertação), mas aqui estou eu pra falar da vida. Não a vida dos outros, mas da minha que já é muito louca sozinha, e não dá espaço pra prestar atenção na dos outros. Falo não por minha vida ser agitada, mas o fato é que se a gente parar pra reparar-se diante da overdose de coisas que acontecem no dia, naturalmente não haverá tempo pra mais nada.

Mas não foi por isso que eu resolvi vir até aqui, para que falar abobrinha se podemos rir?

Li agora a pouco um texto, que anos atrás faria bastante sentido na minha vida [caso queiram saber do que estou falando], mas acho que como todas as pessoas do mundo, nós crescemos, mudamos. E não é questão de rir da minha infantilidade de tempos atrás, mas para rir da infantilidade que eu tenho agora. Sim, me sinto um ser humano bobo. E porque? Vou explicar ...

A gente sempre percebe que mudou alguma coisa, que a responsabilidade é sempre maior, e que os dias vão ficando curtos depois que passamos dos 23. E que nossos pais parecem mais incríveis do que nunca por conseguirem manter o nosso padrão de vida que aos 23, pensamos, “como eles conseguiam manter uma casa, 2 filhos numa escolha, roupa, comida, e lanche? E ainda mantinham sorrisos e paciência?”. Não sei vocês, mas eu já me peguei pensando isso várias vezes. E Why? How?

Eu juro que não entendo como é que no final da semana eles ainda tinham energia pra brincar comigo. Porque eu, no final da sexta, praticamente não existo. Tudo o que eu queria era uma cama e uma boa noite de sono. E me sentia uma idosa antes dos 25. E sabe qual a graça? Eu não tenho 25 ainda.

[risos]  [e pra quem conhece a mim - mais risos ainda]

Mas sem perder o foco desse texto (qual foco? Nem eu lembro mais...), lendo aquele texto, e pelo fato de ter saído da casa dos pais com 17 anos, e ter voltado, e sair novamente, isso me faz achar graça, porque hoje eu entendo o riso frouxo dos mais velhos quando falavam:

 -“você vai entender que quando sair da faculdade, voltar pra casa dos pais, vai rir de si mesmo quando perceber que não é mais alí, você vai ter criado suas próprias regras, sua própria forma de viver, e que daquele momento em diante, as regras dos seus pais não podem mais ser seguidas!”.

Pois é, por mais que a saudade venha bater na porta, a falta da comida com tempero que só ela sabe fazer, do cuidado, você vai perceber que voltar pra  casa é sinônimo de férias, de rever a família e rir. Porém, mais tempo que isso, é provável que perceba o quão suas opiniões divergem das opiniões paternas e maternas, de como você deveria viver.

Vamos dar um exemplo clássico e cômico para vocês, se você passar mais que 2 semanas na casa da sua mãe, ela vai reclamar se sua barba crescer, e vai fazer você retira-la, mesmo que goste dela. Ou se você não quiser cortar o cabelo, ela vai falar que você não é mulher pra ter um cabelo grande. E é por esse motivo que quando volta das férias da casa da mamãe, está mais gordinho, sem barba e com cabelo curto. Mas garanto que uma boa parcela das mulheres concordam com a sua mãe.

Para as mujeres, é mais engraçado, pelo simples fato que a mulher torna-se mais vaidosa com os anos, mas vive com a constante de provar ao mundo que ela pode ser auto suficiente e ainda assim ter uma família. Naturalmente, quando voltar para casa, a mãe vai apontar onde você está errando. E olha, ela quase sempre vai estar certa. A sua mãe sabe absolutamente tudo, tanto da vida quanto do esmalte que não está na moda. Não me pergunte como ela consegue saber disso tudo se nem você nessa overdose de informação que convive, fica atentada pra tantos detalhes. Sua mãe ainda vai achar tempo pra reclamar que você esqueceu um papel de trident no bolso da calça antes de colocar na lavadora. 
No caso de netos, meus queridos, a mãe da gente quando resolve virar avó, parece que esquece tudo o que fez com a gente. É impressionante como balas e chocolates, sorvetes e ruindades viram coisa boa apenas para o neto. E sobra para os pais tentar o revestrés disso tudo!

 O importante é que a gente sempre vai rir disso tudo no fim. Porque é o natural da vida. Cada crescimento. Cada fase. Eu sei que um dia na minha velhice eu vou voltar a rir dessa situação, de observar que eu passei por tudo isso, e lá na frente eu vou perceber o quão boba eu era aos 24 anos de idade. E é exatamente assim que me sinto. Imaturamente adulta. Porque vai ver, a vida é isso mesmo, crescer, crescer e rir-se de si mesmo!  
“Já fui a prepotência de pensar que sei tudo da vida, hoje eu sou a senhora só da minha razão. Aprendi, aos trancos, a importância da flexibilidade, porque a verdade é só um ponto de vista.

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