"Porque me alimento da tua boca e na palavra me sustento em ti." (Daniel Faria)


Eu não como,
Eu não sei como,
Mas eu não como,
Porque comer vem do alimentar,
E dessa palavra eu só lembro de devorar,
Devorar você em minhas palavras.

Eu não me nutri,
Eu não sei de nutrientes,
Eu sequer vi sementes,
Mas não sei se mente,
Porque toda flor um dia foi galho,
E de flor eu só entendo de aroma,
Aroma que conheço do cheiro de tua pele.

Eu não absorvi,
Eu não sei de nada,
Eu sequer ouvi falar,
Mas não sei se aprendi a ouvir,
Porque ouvir precisa de fome de atenção,
Para engolir tudo atenciosamente,
Digerir,
Para nutrir,
Para transformar.

Eu, nada sei,
Tampouco vou falar de ti,
Me abstenho a ser apenas palavras que devoram teus nuances mais quietos.
Me alimento disso,
De não saber,
De não comer,

De ouvir. 

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