"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela."


“A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia.


Ao entrar pela porta daquele ônibus lotado eu consegui encontrar respostas. Naquela janela eu vi as horas de uma forma diferente, eu me senti um mísero microrganismo adoecendo o mundo como um câncer. Frase que até então muito tinham na ponta da língua, no entanto, naquele momento somente se fez conexo. Você pode acreditar em tudo aquilo que lhe for dito, mas vai acreditar apenas sabendo do que foi mencionado, não estará no abismo em queda livre sentindo que aquilo é real enquanto não deixar o pensamento se soltar. É como ter de escolher entre continuar na calmaria do “todos os dias iguais” ou observar os ângulos de todos os dias similares e ver tudo de uma nova maneira. Foi o que eu fiz assim que me vi sentada naquele banco, enquanto um gole de água gelada percorria pela minha garganta.

Durante alguns meses me vi com questionamentos que me atropelavam, me desnorteavam completamente. Eu já havia compreendido em partes que em alguns pontos as religiões, seitas e outras crenças faziam algum sentido quando comparados com algumas das perguntas. Porém todas elas possuíam suas falhas, quer seja pela interpretação, quer seja por quem começara sua edificação. E eu somente queria compreender até que ponto havia veracidade.

Pra não parecer que eu vou colocar fatos soltos, vamos começar pela cronologia? Vamos pensar na teoria relativista do Einstein, e compara-la ao tempo descrito no Evangélio, aliás sigam meu raciocínio (mesmo que ele não faça o menor sentido). De acordo com o Evangélio Deus criou tudo em sete dias, de acordo com a ciência tudo se origina com uma explosão, sequenciada com a formação da matéria. Até aí tudo parece ser explicado, mas essa “teoria” tem uma falha quando ligada a primeira lei da termodinâmica, primeiro a matéria e energia não podem ser criadas ou destruídas. Então não foi esse o princípio, e sim uma evolução. Então “Deus” (como o Einstein diz) propiciou uma evolução. A grande questão é que as leis científicas parecem perder toda a sua validade quando entramos na questão a criação do universo. Porém se analisarmos o universo como igualitário ( homogêneo e isotrópico), porque não seria válido a teoria de que tudo estivesse enraizado na obediência a lei da entropia?

Vamos compreender melhor a teoria, a principio tentaram estabelecer uma relação entre distância e velocidade entre as galáxias, sabendo que estas permanecem em constante movimento, ora expansão, ora contração. De todas as formas por mais trabalhoso e complexo que seja alguns estudos relacionados é um trabalho completamente ligado a estatística. Logo existe uma imprecisão significativa nos dados obtidos. Mas existe a Lei de Hubble no qual foi correlacionado que quanto maior a distância, mais rapidamente eles se afastam. Portanto, nesse exato momento o universo está em expansão. Antes as distância eram menores do que já são, e com o decorrer do tempo, serão extremamente maiores. O ponto inicial da teoria do big bang seria que o universo começara tão pequeno, tão ínfimo que se reduziria a  um ponto.

Até esse ponto a teoria da relatividade de Albert Einstein é compatível, menos em relação as galáxias. Ele foi o primeiro a propor o surgimento de uma explosão a partir de um átomo primordial. 

Mas saindo e continuando de certa forma no assunto, eu me questionei se tudo iniciou de alguma coisa, alguma coisa fez com o que aquilo existisse. Ou seja, se aconteceu uma explosão pra o inicio do universo, aconteceu em algum lugar. Onde? O que?

Na teoria acredita-se que o “big bang” aconteceu no interior. No centro de tudo. E o espaço então seria a superfície (sendo o interior o passado, e o exterior, o futuro). Portanto, a “explosão” não ocorreu no espaço, mas no inicio do tempo, e o próprio espaço surgiu nessa singularidade temporal. Se pensarem como eu, vão observar o tempo transfigurado, modificado. Não no sentido literal, mas se for comparado com o nosso tempo real.

Até agora foi interessante o raciocínio de dentro de um ônibus, em menos de alguns segundos. Vamos continuar com a sequência. Se continuar a ver o mundo dividido entre passado (universo velho, pequeno e jovem) e futuro (universo em expansão, maior). Mas então fica uma questão, existe um antes, um depois de alguma coisa e existe um zero que significaria o ponto de partida. Mas surgiria outra pergunta “e o que havia antes?”.

A princípio observa-se que uma lei contrapõe a existência da outra. Então foi criada a suposição de que o universo havia se expandido muito rapidamente, e então flutuações quânticas correspondentes ao princípio da incerteza de Heiseberg amplificadas pelo fator inflação, seria o que se chama de galáxias. Então todos pensam desnorteados o que poderia causar essa inflação. Seria uma simples transição de fases.

“A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente.


Melhor voltar ao tempo. Foi descoberto que  expansão do universo não está sendo desacelerado. Mas acelerado. Isso significa que quanto mais tempo passa, mais distante as galáxias ficam. O que supõe a existência de uma força contrária a força da gravidade. Essa energia foi chamada de “energia escura”. 

Vamos voltar ao Evangélio, tudo criado em 7 dias. E quanto realmente dura 7 dias? Seriam 24 x 7? A teoria criada e “comprovada” encerra a “credibilidade” na religião?

Até que ponto levaremos a visão de Copérnico na análise da existência? Trazemos de alguma forma o pensamento dele diante do espaço e tempo. Antes a teoria era de uma simples explosão, e agora já apresenta a teoria de inflação. O pensamento de um universo estático e infinito comparado com o chamado tempo, destino, humanidade, Deus. No entanto, a interligação dos mesmos é visível.

“Tragado pela imensidão infinita dos espaços, dos quais não sei nada e o qual não sabe nada de mim, estou apavorado… O eterno silêncio destes espaços infinitos me alarma”

Apesar das teorias, das análises, é como se existisse uma teoria que se aplicasse pra esse pequeno mundo onde vivemos (onde as teorias de newton são tão simples e aplicáveis), mas que no momento que se direciona ao universo, as mesmas teorias  e leis não fossem suficientes. Isso não retira a efemeridade da vida humana, passageira, simples. Assim como não retira a beleza da própria existência única. Cada molécula, cada átomo que faz parte do nosso corpo, possuiu uma origem específica. O que pensar diante disso? Será possível a criação do homem a partir do barro? 


“Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.

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