"... porque o que quase foi não pode atrapalhar o que ainda pode ser."


“Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como pude ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava. 



E vai chegando um final de ano. E que ano?! Justamente nesse momento aparecem tantas inquietações particulares em mim. E olha que foi um dos piores anos em termos sentimentais e de conquistas pessoais. Isso nem vem muito ao caso.

Passar por 2012 foi uma das tarefas mais difíceis em cinco anos. Não sei exatamente o porquê, ou talvez saiba inconscientemente. Acho que a mesma sensação que eu tive ao passar esse ano foi similar a de quase todas as pessoas que me cercaram. Diria até que foi um dos anos mais tristes, ou seja, um dos anos que eu fiquei realmente pela primeira vez mais triste do que todos os outros. Se eu parar pra analisar, eu fiquei mais triste que isso, a questão é que esse ano eu fiquei “tão” triste que pela primeira vez me senti assustada pelos resultados da tristeza. Eu não estava preparada pra isso. Pra essa profundidade.

Eu acho que dois mil e doze é como um moleque de 12 anos assustado pela falta de amor ao redor (isso explica o final do ciclo dos maias). Diria mais, passar por um ano assim é como quebrar um vidro sem querer. Você quebra e sabe da fragilidade do mesmo, e então ao juntar os cacos percebe que esses são perigosos e podem cortar. Foi um ano que o amor aprendeu por meios menos divertidos que pode ser diabólico e passou a usar dessa arma pra se alastrar. Foi um ano em que todos os sorrisos na verdade eram tristes.

Melhor deixar que minha garganta seca grite e eu sinta a dor disso tudo. Deixa que meu apartamento vazio transpareça a minha inquietação. Quero que meus roxos sejam vistos pela minha pele, que minhas lágrimas encontrem a direção ao cair dos meus olhos. Mas isso tudo só valerá a pena se no fim tudo isso possuir um sentido e que este sentido seja compreendido. Essa foi a função de 2012. Se permitir e entender.

Nessas duas ultimas semanas meu ano tem sido completamente diferente. Foi como viver minha vida um milhão de vezes seguidas em um dia e no outro viver outra vez uma vida que é minha, mas não parece ser. E de repente todas as distrações me imploravam um sentir menos preciso, e eu me deixei levar diante desse monte de remendos que eu nem sei qual o sentido de cada um. Eu vivi minha vida em 2012 em vários tons de várias cores. Eu sorri compulsivamente assim como chorei.

Esse ano me tirou uma coisa que eu nem sabia que tinha. Fez-me mudar metade das coisas que eu acreditava serem imutáveis. Não existe nada mais complicado do que esses momentos de dar a volta por cima ou de sacudir a poeira pra cima, na verdade isso tudo não passa de coisas clichês e necessárias. É uma boca vazia de palavras e cheia de atitudes tediosas que na verdade não possuem absolutamente nada de vazio e muito menos são chatos.

Esse ano me veio pra repartir, tomar uma tapa daqui e outra de lá. Porque suportar tudo isso, e entender, não é algo tão simples. É tentar ir de maneira retilínea e completa até o final, e saber que até nos desvios se tentou. E conseguiu chegar ao final. Completo. Por inteiro.

Na verdade esse ano foi como outro qualquer, mas foi diferente. Houve as segundas com cara de quarta feira e os finais de sábado com cara de segunda. De todas as formas foi um ano que a gente deitou e logo precisou levantar. E se parar pra pensar bem pareceu que continuar tentando ou desistir pareciam ter adsorvidos em si a triste realidade do não existir. E tudo o que se faz é viver dia após dia. Até o ano terminar. E que a virada venha logo no primeiro dia do ano que chega.

Hoje eu penso que esse ano foi o mais complexo de todos os cinco últimos anos. E agora vai se tornar apenas mais um na memória. Na sua simples função de complicado, conturbado, lento e amarrotado de tantas coisas vividas. Então queria deixar esse texto como uma “despedida” de mais um ano. Um ano realmente importante, mas que eu definitivamente agradeço que esteja no fim. 

“Não caio na mesma vala de quem empurra a vida porque ela me empurra.

Comentários

  1. Ola, tudo bem sim, e com você tá tudo certinho?
    Eu realmente não estava esperando um comentário assim. Obrigada pela presença. RS
    Esse post (como quase todos) saiu um pouquinho do controle. E é bom saber que os leitores gostam do que eu escrevo.
    Tenha um ótimo 2013, tudo de bom. Ah seja bem vinda.

    Té mais mocinha. =*

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