"Cobre a culpa vã, até amanhã eu vou ficar e fazer do teu sorriso um abrigo"

"Hoje eu falei pra mim, jurei até, que essa não seria pra você" (Monomania - Clarice Falcão)


Mania é uma coisa que não tem jeito. A gente faz por brincadeira e depois não consegue mais largar aquilo de lado. E todo mundo tem uma. Até eu. Tenho essa mania de voltar a escrever sobre quem não deveria ter uma linha a mais no meu livro rabiscado. Eu fico nessa de falar e não falar. Porém é bem mais forte do que eu, e nem adianta tentar manipular meu pensamento. Não vejo um palmo adiante. Só vejo os olhos, a pele, o sorriso me segurando na lembrança.

Eu sei que não deveria manter o pensamento assim. Longe e perto. Porque é justamente isso que eu não posso, deixar o coração comandar na hora em que o cérebro deveria fazer as escolhas. Afinal, lá no canto mais escondido de mim, sei que é muita loucura e devo de alguma forma me convencer que não é isso. Que é melhor procurar uma alternativa diferente.

O problema em questão é justamente esse. Os olhos brigam com o pensamento, o ouvido não dá conta de ouvir o que me falam, e eu me transformo num corpo em movimento. E o pensamento ... Fica nele. O tempo inteiro. O que me embaraça por completa, afinal é assim que eu confundo quais palavras eu deveria dizer quando você me liga.

E a nossa conversa fica meio extensa em apenas ouvir a voz um do outro.  

- Oi?
- Oi.

Tudo é intenso. O problema é agir de acordo com aquilo que se propõe. Que se deve. Mas não é qualquer sentimento. Eu fico sem controle. Me invade. Me transborda. Afeta minha respiração, meus batimentos cardíacos. Minhas mãos ficam molhadas. E o sono, some enquanto aquela voz fica repetindo por vezes a mesma frase “Eu te amo”. Isso simplesmente não consegue ficar dentro de mim. Vai bem além da minha condição de simples amante. Por isso tantas contra indicações. Eu não faço a menor ideia de como resolver isso dentro de mim.


Na urgência dos sentimentos mal resolvidos, na ânsia de retirar a loucura presente, concentro minha faísca de fé. Enquanto eu não posso controlar, resolver e gritar ... Vou marcando meu corpo com as dores de quem sofre um amor calado. E quem sabe um dia esse infinito acabe. 

"Moreno do cabelo enroladinho, vê se olha com carinho pro nosso amor"

Comentários

  1. Gostei de teus escritos!
    Coloquei um pedacinho no meu blog... Com os devidos créditos é claro!
    Passa lá quando puder!
    Cantinho K

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    Respostas
    1. Obrigada pela visita. Fui lá conferir ... teu blog é de escrita pessoal também né? rs

      Falar da gente é meio difícil, mas se torna um vício!

      Bjs ;*

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