"Dizem que a vida é assim, cinco sentidos em mim. Dentro de um corpo fechado no vácuo de um quarto no espaço sem fim."

 "Escravo, meu amor, é o coração que bate por bater, sem ter algum amor como razão" ♪...♫


Daqui a pouco, tolerando essas palavras, é o que titularia de findar. É exatamente isso que há em mim. Achei no meu interior, fui lá buscar, porque careci embeber dentro de mim tudo o que estava demasiado a flor da pele. Coloquei todos os alvitres, tudo o que foi divisão. Por onde minha alameda se entranha, onde me arrasto, eu já não sei reconhecer mais. Agora dilato tudo isso pra além de mim. Isso é tudo que há depois que me desencontrei da minha maior arma, minha solidão. Estou arriscando com o que havia em mim, o que quiçá fosse vácuo era tão completo que após toda a exposição, ainda assim não possui o que manifestar-se, então o que se conserva entre minhas entrelinhas?  

Isso tudo, admito, parece um pesar, mas como tudo que principia também finda. Algo que notadamente se pinta com ar de raro, pode ser uma simples estória de mesa de bar, e nós sejamos meros personagens perdidos, náufragos de desilusões ou sobreviventes das frágeis ilusões criadas à espera de algum dia, no desencontro encontrado, desprendidos, fugidos, bagunçados, ser rendidos à beleza do céu escuro. E esse atino de desencontro de lágrimas seja motivo de um sorriso, seria possível? Será?

É desse jeito que o mundo conduza os eixos paralelos que montam as vidas, meio sem acepção, mas esse é o verdadeiro achaque de um sorriso ser inteiro. Sei que talvez ninguém nem compreenda os meus ensejos, nem minhas palavras, mas é tudo simples igual à matemática ...

“Ou você sente, ou não”.

São sentimentos. Assim como tudo, somos efêmeros. Sim, tudo é caminho. Inclusive nós. Passou. Igualmente a tudo o que rende, invade, calha, até a tatuagem perde a cor, tantos momentos adsorvem meu paladar com gostinho de adeus. Assumo aqui, a beleza de tudo isso, mesmo que tão abatidas os repetidos desacertos viram saberes. E ainda assim, apesar dos devaneios das minhas entrelinhas, enxergam-me por inteiro sem meus belos detalhes avistarem. Sendo eu incapaz de contornar velhas certezas uma nova realidade, compreendi como sempre houvera de ser.

Assim mesmo, de repente que não tem nada de novo, mas eu percebi tão bem que alguém que eu já conhecia tão bem, na verdade não conhecia. Mas de que importa? Minha alma tem ânsia de calma. E diz-se através destas palavras um pedido:

- Posso pedir um favor imenso?

E então preocupado com o pedido a voz meio apressada responde:

- Pode.
- Mas você precisa jurar antes que vai fazer.
- Você sabe que eu não gosto de jurar - com a voz em tom de reprovação e incômodo.
- Eu só quero ter a certeza, é algo muito importante pra mim.
- Apenas peça.  
- Tá. – com o rosto avermelhado – Me dá um sorriso?

Então o sorriso tomou conta daquele rosto e do meu. E riu-se, gostosamente. Riu-se de mim. Riu. Sorriu. Como aquele sorriso me encanta. Aquele sorriso me impregna a alma. Por algum acaso, me sinto pertencer. Pertenço. E a dor aqui dentro ficou mais serena.  


Essa ferida daqui a pouco será retrato. E assim, desapontada, outros corpos, outras almas, viajem sem mapa, sem ponto de partida e de chegada, possam fazer sentido. E esse sorriso, mesmo sem necessidade alguma, me pertença.   


"Preso neste momento, preso no seu sorriso" ♪...♫

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