"Lucidez que me fez me perder, mas que bom me encontrei em você"

"Eu juro que sempre estarei ao teu lado
Eu darei qualquer coisa e todas as coisas
E eu sempre me importarei
Na fraqueza e na força
Felicidade e tristeza, no melhor, no pior
Eu te amarei a cada batida do meu coração"


As horas que se passam possuem esse dom, natural, de nunca parar. Serem continuadas entre eternas pontuações. Como um minuto qualquer, mas diferente de todos os outros, meu pensamento saiu mente afora, e eu lembrei cada pedaço dos teus lábios, envolvidos nos meus. Eu senti uma imensa vontade de colar-me no teu corpo, grudar-me na tua pele, que talvez assim eu conserve outras sensações esculpidas em minutos mais esquecidos ainda. Assim eu viro escrava, de todas as sensações que me fazem ser teu desfecho. Então você me nega, me esquece, joga fora, depois volta fingindo não lembrar, e eu quase caio nas tuas palavras fáceis uma vez mais.

Quase.

Quase me lembro de não cair.

Esqueci.

Então me atrevo a pertencer ao teu corpo, feito boneca de pano, molenga, que é pra tu me carregar enquanto dança, enquanto eu caio na tua contradança de malandro. Quanto fascínio, os teus olhos me iluminam, e tocam todas as partes do meu corpo.

Reaviva-me.

No teu ombro, quase exausto, deixo-me repousar, suados, cansados, meus braços te envolvem o pescoço, e meu pé, de ponta, quase uma bailarina, recomeçam os passos. Você sente-me pesar, nossos passos se encontram, e no fundo você deleita, eu em teu peito, você em minha cintura.

A essa hora, que nem minuto é mais, o segundo já ficou para trás, eu era contemplada, atenta ao teu encanto, quase em flagrante fiz-me em teu sorriso. E outra vez fui sua, como o pra sempre que não dura, quando meu instante pesado ficou esquecido outra vez.


Eu, que teimei na involuntária necessidade de ti. Ávida, criei atalhos a encontra-me em ti, e não me enganei, apenas aceitei que eu não saiba mais ser de outro ser. E na minha rebeldia, acabei presa na concha dos teus dedos, e meu sorriso distendido, satisfeito de ti, por não caber em mim, intimamente, extrapola-me. 
“Não haja tão estranho
Duro como uma pedra
Se te mostrei pedaços da pele
Que a luz do sol ainda não toca
E tantos sinais que nem eu mesma conhecia
Te mostrei a minha força bruta
Meu calcanhar de Aquiles, minha poesia.”

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

I'm miss your touch - Emily Browning

A vergonha

Indignada...