Que tenhamos na memória que a consciência política não precisa e nem vai ser obliterada pela tese do fim da história.
“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos
perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política
diversas vezes.”
Vamos voltar um pouco
no tempo hoje, porque acho que assim como a maioria das pessoas que viveram os
dois últimos anos em meio a sociedade conturbada, hoje eu tenho o direito de
reclamar. Sim, eu posso achar ruim essa compostura de alguns que até ano retrasado
brigava em meio à greve das federais por um salário melhor, por uma educação
mais eficaz, e hoje está gritando aos quatro cantos que quer mais Dilma no
poder.
Não, eu não vou passar
a mão na cabeça, e muito menos vou apoiar. Também não posso bater palmas para a
deselegância de alguns que estão defendendo a Marina e atacando aqueles que
querem Dilma e sua continuidade. Não é por discordar de uma continuidade do
poder pelo PT que eu preciso ficar alienada em redes sociais dizendo que isso
ou aquilo é o melhor. A minha opinião não precisa ser usada para atacar o
pensamento de segundos.
A opinião que tenho
sobre a atual política é que o Brasil pede uma mudança, se vai haver mudança positiva
ainda é um tanto incerto, mas continuar em algo que não está satisfazendo, isso
eu também não é interessante. Aquilo que é prioridade não funciona, mas falar o
que não é e nunca foi prioridade, mas que se tornou “real”, também não merece
palmas, afinal construir um país com bases de vidros fracos não é a mesma coisa
de construir com diamantes.
Assim como a maior
parte de vocês, leitores, eu tenho a minha opinião formada. E não acho que eu
preciso ficar relembrando tantos fatos falhos dos 3 mandatos do PT. Porém acho
que assim como muitos podem usar das palavras, hoje me dou a oportunidade de
falar sobre o governo da Dilma Rousseff.
A presidente Dilma,
assim como Lula, passou por alguns escândalos, assim como seus antecessores.
Vamos relembrar o primeiro ano de mandato, no qual o primeiro escândalo dos
transportes veio a tona, e os gastos escandalosos com os mesmos.
Vamos voltar antes da
eleição da Dilma. Quem tem na memória a época em que a ministra, Erenice
Guerra, foi acusada de favorecer empresários e familiares. E como a Erenice
(coitadinha) era sucessora da Dilma na Casa Civil, houve a especulação de que
os problemas de favorecimento eram continuidade da Dilma. Alguém lembra? Então
a titia Dilminha antes de assumir o cargo, recebia na cara as primeiras
tapinhas que marcariam seu governo.
Então veio a crise nos
transportes, no qual as obras de infraestruturas essenciais ao país foram
paralisadas devido a proporção do escândalo. Resumindo tudo em irregularidades
com pagamento de propina ao PR, corrupção ativa a custos altos em obras,
aditivos aplicados em contratos e problemas na fiscalização de projetos.
Não bastando a crise
nos transportes (não vamos nem mencionar os problemas gerados no decorrer da
gestão), houve o escândalo da Agricultura nas supostas irregularidades na
Conab, o escândalo do ministro dos esportes acusado de desvio de dinheiro em
programa da pasta visando beneficiar o PCdoB, e em 2011 o Carlos Lupi acusado
de esquema do pedágio, etc ... e quantos esquemas mais?
Não podemos esquecer-nos
da maior greve das Universidades Federais, alcançando 48 universidades em todo
o País. No qual, de acordo com a presidente, não poderia fazer o reajuste
salarial para os docentes devido a situação das contas públicas. Mas analisando
bem essa situação, o orçamento de 2012 demonstrou que o gasto foi em torne de
4,3% do PIB, de cerca de 24% de tributos federais do PIB. No entanto, os juros
e as dívidas continuaram crescendo acima da inflação, no qual entre 2001 e
2010, o crescimento foi de 265%, frente a 90% (IPCA) de inflação. A previsão do
crescimento era de 13%, porém com os gastos, cresceu apenas 1,8%. O corte de R$
55 bilhões em 2012 não foi para melhorar o estado social, mas para beneficiar
os portadores de títulos da dívida pública, que receberam o correspondente a
56% do gasto federal. Enfim, os governos desde a negociação do Plano Brady
(1994)m priorizou os bancos e as fração que estão no núcleo do poder
financiando a juros subsidiados do BNDES, insenções para instituições
particulares. Porém, os grandes números demonstram a intransigência do governo
em relação a carreira dos professores, mas não pela falta de recursos públicos
para a reestruturação da carreira. São as OPÇÕES POLÍTICAS QUE IMPOSSIBILITAVAM
A NOVA CARREIRA.
Posteriormente através
de negociações a mesma perfeita presidente (sqn) tinha o propósito de descolar
esse ajuste apenas para 2014, época em que justamente a copa aconteceria e
provavelmente seria praticamente impossível uma reinvindicação, no qual, os “desprovidos
de capacidade de análise e crítica” não iriam fazer nada devido ao momento
união fanática de brasileiros em prol do futebol. O que seria muita ingenuidade
ignorar essas medidas, para que a impossibilidade dos projetos de lei de
reestruturação da carreira, incluindo a malha salarial e inclusão dos fastos
públicos na LDO fosse realizada. E haja farsa nesse jogral de negociações
falhas!
Nada disso funcionou e a greve continuou, e
para tentar enfraquecer o sindicato e a negociação, apesar de possuir um menor
lastro empírico, porém as duas situações mencionadas anteriormente estão
diretamente relacionadas a esta terceira. Vejamos, se, em termos do Produto
Interno Bruto (PIB), os indicadores de concentração de renda aumentaram um
grupo seleto de investidores para a lista dos 500 mais ricos da Forbes, em
relação a educação pública isso não aconteceu.
“A ideia-força é de que os docentes
crescentemente pauperizados devem ser induzidos a prestar serviços, seja ao
próprio governo, operando suas políticas de alívio à pobreza, alternativa
presente nas ciências sociais e humanas ou, no caso das ciências ditas duras, a
se enquadrarem no rol das atividades de pesquisa e desenvolvimento (ditas de
inovação), funções que a literatura internacional comprova que não ocorrem (e
não podem ser realizadas) nas universidades. A rigor, em nome da inovação, as
corporações querem que as universidades sejam prestadoras de serviços diversos
que elas próprias não estão dispostas a desenvolver pois envolveriam a criação
de departamentos de pesquisa e desenvolvimento e a contratação de pessoal
qualificado. O elenco de medidas do Executivo que operacionaliza esse objetivo
é impressionante: Lei de Inovação Tecnológica, institucionalização das
fundações privadas ditas de apoio, abertura de editais pelas agencias de
fomento do MCT para atividades empreendedoras. Somente nos primeiros meses
deste ano o Executivo viabilizou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares,
um ente privado, que submete os Hospitais Universitários aos princípios das
empresas privadas e aos contratos de gestão preconizados no plano de reforma do
Estado (Lei nº. 12.550, 15 de dezembro de 2012), a Funpresp (Fundação de
Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais), que limita ao teto
de R$ 3.916,20, medida que envolve enorme transferência de ativos públicos para
o setor rentista e que fragiliza, ainda mais, a carreira dos novos docentes,
pois, além de não terem aposentadoria integral, não possuirão o FGTS, restando
como última alternativa a opção pelo empreendedorismo que ilusoriamente (ao
menos para a grande maioria dos docentes) poderia assegurar algum patrimônio
para a aposentadoria. Ademais, frente à ruina da infraestrutura, os docentes
devem captar recursos por editais para prover o básico das condições de
trabalho. Por isso, nada mais coerente do que a insistência do Executivo em uma
carreira que converte os professores em empreendedores que ganham por projetos,
frequentemente ao custo da ética na produção do conhecimento.”
Então, aqueles que
apoiam a 'queridíssima' nesse exato momento, reclamavam de seus salários, pararam
totalmente os trabalhos. E os estudantes estiveram ao lado dos mesmos. Apoiaram
a classe. E nesse momento eu me recordo muito bem, todos buscavam por mudanças,
mas apenas em 2012 é que levantaram a voz, mas hoje, perto das eleições, isso
tudo foi esquecido?!
Não podemos esquecer
das manifestações, e das demais coisas que aconteceram. Não foram poucos os
problemas enfrentados pelo governo. E apesar dos pesares, acho que a Dilma se
saiu bem, mas no momento, a mudança precisa também ocorrer. Uma população
insatisfeita pede mudanças. E que sejam a partir de um pequeno voto singelo e
sem deselegância por parte de quem esteve gritando nos dois últimos anos que
não era aquilo que deveria ter sido realizado.
Só para relembrar ... mais?
Nada mais a declarar ... apenas faço o pedido de que fiquem com as suas opiniões guardadas, porque a minha independe da sua misera opinião sobre as qualidades e defeitos!
“Os homens hão-de aprender que a política não é a moral e que
se ocupa apenas do que é oportuno.”
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