"Bendita seja eu por tudo o que não sei"


“Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?



Hoje eu não estou pra uma conversa séria, confesso. Estou em rebeldia interna. Quero a mudança do tempo ao meu favor. Seria injusto viver ao sabor do existir por somente existir? Ao menos uma vez sentir que seja calmo, simples. E que eu não termine machucada ou com cicatrizes na alma.

 Eu, que já não entendo desse mundo sem nexo, me encontro ao indiscreto modo de agir de quem vive louca pelo que ainda há de vir, vivendo nessa brusca maneira de sentir de forma extrema, rápida, passageira. Eu não quero sentido, nem fundo de verdade, é tudo aparente, e sem resposta. Isso não quer dizer que eu estou vivendo pela metade, é só uma necessidade de desvendar o que eu não sou capaz de ver. E sentir na infindável liberdade de quem se arrisca a perder a si mesma, na impulsividade de ter a leveza das verdades silenciosas.

Eu sempre tenho na ponta da língua o discurso dos inapropriados. Dos que querem muito mais do que somente o ilusório. Isso é impossível, querer ir além do limite? Será que as pessoas ainda sabem separar a ilusão da realidade ou será que acham saber? Até que ponto o real é na verdade uma realidade aparente?

Sei que pode até parecer um tanto quanto desenfreado, desmedido, sem sentido. Tantas perguntas, verdades, mentiras. O limite não é perceptível, então como saber se estamos no ponto certo se nem ao menos supomos os limites? Pensem de uma forma mais analisada, se não vemos e supomos, o limite quem impõe somos nós, o que torna o limite uma realidade aparente. Então eu volto a questionar, até onde o real e o aparente estão interligados?

Complexo a teia criada entre as realidades, mas me custa acreditar na insensibilidade das pessoas. Todos criam seus limites, histórias, possibilidades, e então acreditam nisso com profundidade. Isso se torna uma realidade (ao menos a realidade que se acredita), ou ainda é uma aparente realidade? Continuemos no raciocínio, as pessoas tornam realidade uma aparente ideia, depois repetem as mesmas coisas de forma infindável, criam um atenuante e mesmo depois de extrapolarem do modo ação ao dramático botão do avanço, reclamam que poderia ter vivido mais, acham a vida monótona. Preto e branca.

Sim, eu estou cansada dessa similaridade, e a irrelevância que as coisas parecem ter aos olhos dos outros. Estou incomodada com a indelicadeza que os outros permeiam. Cansei. Desse jeito parece até que as pessoas não perceberam o sabor de viver. A vida é uma extensão entre mundos (pessoas) diferentes, é uma ligação. A realidade só existe quando os mundos conseguem permearem-se. Quando tudo é compartilhado. Na vida a gente não cria as regras, não dita uma sequência de comandos, cada um segue como quer, mesmo que alguns vivam no modo automático.

Eu por um exemplo do destino queria menos entendimento, queria mais compreensão. Tentar controlar o que é incontrolável desgasta, e eu estou deixando o momento desfocar diante dos meus olhos, consentir tudo o que eu vejo sem a mínima nitidez! Que a essência das palavras se reinvente em mim, que meus pensamentos se deixem esvair. 


“Sentir tudo de todas as maneiras, viver tudo de todos os lados, ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo. Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.

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