"O que confesso não tem importância, pois nada tem importância."
"Eu hoje estou triste.
Não estou aqui com meu coração... O que me vem à tona é só um vestígio de resistência.
Porque, no fim das contas, é isso o que tenho feito ao longo desses anos: Resistir.
Mas eu já desconfiava, as coisas estavam caminhando a passos de dança, felizes.. e convenhamos, uma trilha assim tão bela nunca me pertenceu.
Eu hoje estou triste,
tão triste
que nem sinto vontade de escrever."
Por alguma razão ainda acreditei
na possibilidade de realidade. E vivi minha ilusão, que ate então parecia ter
um fim inacreditável e feliz.
Nem sempre a gente
escolhe o destino que as coisas tomam, ou aparentemente a gente não consegue
controlar. A vida parece que se estende, e transfigura-se ora sólida, ora nada
sólida. Dessa forma a vida prossegue por caminhos insólitos, confusos e
carregados de sofrimentos e felicidades.
Eu não deveria estar
criando esse caminho todo pra falar que estou muito triste. Estou evitando
algumas coisas. Tentando ao máximo estar bem e permanecer assim, mas pra que as
coisas fiquem bem, eu deveria recomeçar. Realinhar. É confuso quando eu falo
apenas externamente! Mas vou tentar
explicitar tais pensamentos.
Primeiro eu amei, e
adorei estar amando, mesmo com medo. Por amar demais já não via realmente quem
eras meu amor de fato. No momento em que realmente prendi meu olhar a realidade
e te reconheci, foi justamente onde perdi. Perdi-o. Perdi a mim. Perdemo-nos.
Ficou aquela velha sensação de que enquanto permaneci com o olhar apaixonado,
não era a ele que eu realmente amava, e agora, que nada tenho, tudo é reduzido
a tua realidade.
Estamos longe pelas
almas, e não te vejo mais em nada. Antes as mãos laçadas. A calma perdida
apenas na presença, o meu eu perdido no teu, na verdade eu não tinha nada de
mim, e nada de você estava em ti. A maneira de olhar, o anseio. O que antes era
minha alma por fora, hoje é minha alma escondida.
Hoje te busco. Mas as
memórias vão tornando-se antigas, perdidas, vai fugindo do dia a dia, e tudo
permanece igual. Cíclico. Nosso amor ficou preso no passado, pintado com o
fictício pincel das memórias que não deveriam doer, contudo, ainda terei nossos
olhares mudos a dizerem mil palavras, e no sentido mais abstrato ...
“E hoje pergunto em mim
Quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei...
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo...”
Quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei...
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo...”
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