"eu e você sob o mesmo nós dois, sóis sob o mesmo pôr (o enigma do amor)"

 “Visitador do meu seio
interior a mim
o júbilo
segura o olhar que vacila
na vastidão
dos tumultos”


Sempre questionei esses dias nublados, sem sol, sem azul e flores. Eu poderia continuar a insistir nessa afirmativa por muito tempo, até que um belo dia algo me bagunçou totalmente por dentro, e depois disso ...

Bem, o depois disso é que rende toda essa prosa. Rende os cheiros, o gosto, o tato que marca a pele da memória. Sim, desses sentidos meio perdidos, meio entonados em nosso dó maior que inicia a música nova. Foi um daqueles romances que rendeu uma boa dose de poesia, canções e desenhos. Não era do tipo que ardia, mas do que encantava, prendia a alma pela própria beleza de existir.

Cá, adentro do peito, depois de tantos anos, quando me pego a recordar, e revejo nossas rimas, os teus versos, nossa poesia toda enfeitada de sorrisos, sinto o coração estremecer, afinal toda arte cantada é tão quente, ferve, evapora e depois condensa. Eu até gosto quando chove, principalmente quando é poesia. No meio de toda essa forma encharcada de sentir as palavras, é como se tua presença caísse céu abaixo. Sim, em forma de rimas, mas deixando meu coração leve, vago de tanto peso que carrega sozinho.


Eu ainda não entendi como é possível que depois de todo esse tempo, volte sempre a brotar algum sentimento pequeno, que ganha volume e quando vejo estou deixando o dia nublar, e chover muito novamente. Para acalmar, serenar tudo o que ficou aqui dentro. Sem ti.  
“reencontrarei ainda
a expressão distraída que me deixava
a um passo daquilo que nem hoje sei?”

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