Aqui e lá

Em um momento mais descontraído e nem por isso menos sério, posso dizer a vocês que hoje me sinto um tanto quanto distraída, perdida.  Sinto-me distante.
Uma necessidade ímpar de sumir que me suscita. Uma necessidade de correr até onde as pernas conseguirem e parar exatamente num ponto em que ninguém alcance. No ponto em que eu esteja exatamente em cima do muro dos mundos que separam a realidade dos sonhos.
Estar parada entre o sentir-se bem e o incomodo. É exatamente nesse ponto que eu quero estar. Entre aquele olhar em que os olhos lançam, mas o foco parece não querer ficar parado.
Eu apenas quero ir o mais distante entre dois pontos, nossos pontos, mas eu preciso ficar.
Então, eu fico aqui. Fico distante de mim, em algum lugar. E eu vou, mas não saio daqui e fico, fico assim e não te deixo entrar, mas não te deixo sair.
E vou me segurando aqui, mas não aquieto. É essa volúpia incessante. Essa vontade de desaparecer e continuar existindo.
Eu só quero voar e ficar com os pés na terra firme. Perder-me e não suportar essa cobrança incessante de estar em algum lugar. Eu só quero ir pra algum lugar mais distante do que o meu distante de mim mesma.
Esse querer de quem precisa e que não pode, porque por mais distante que seja a necessidade de ir, a impiedosa e majestosa realidade prova e deixa inquestionável a necessidade de ficar. Então, eu vou, mas não deixo de ficar. Eu fico, mas não deixo de estar .
Lá onde eu nem sei onde é, mas é onde quero estar. Lá que não tem lado, não tem afago algum, mas não é preciso estar. Lá onde eu vejo meus retalhos, abandonados, mas não me machuco mais.
Então, eu fico aqui. Fico distante de mim, em algum lugar. E eu vou, mas não saio daqui e fico, fico assim e não te deixo entrar, mas não te deixo sair.
Não há o que entender. Esse é o meu lugar onde quero estar, mas preciso ficar aqui. Não . Então, eu fico aqui. Fico distante de mim, em algum lugar. E eu vou, mas não saio daqui e fico, fico assim e não te deixo entrar. E não te deixo sair

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