No contexto

Um tanto quanto sentimental? Pois é?! Acho que acordei nesses termos.

Fora do contexto, não sobrou tanta coisa. E agora, fora do alcance, me sinto mais livre.

Acho que tentei ir contra tudo o que eu acredito, por medo, por receio. Por vontade própria de me autoflagelar. Só que, algo tomou conta de mim, bem antes de provar pra mim mesma que eu estava errada  pela primeira vez. Então, eu errei uma segunda e uma terceira vez.

Foram tantos erros. Mais tantos. Eu consegui me decepcionar comigo mesma.

Como as lembranças são fortes, as cores, o contexto, o cheiro impregnado que sempre estava presente, eu enjoei de mim. Siiiiiiim, tomei abuso mesmo. Não conseguia aceitar que alguém fosse assim, tão errada, tão incerta, tão complicada, que eu fosse assim ... desse jeito. Desesperada. Intuitiva. Simplesmente assim. Confusa e inquieta. E que sabe bem dos próprios erros. E recusa a si, como se fosse ruim, ser essa discrepância do certo e o errado. Por quê?! 


Por mais que a gente tente esquecer quem somos, o que fazemos, o que nos tornamos, não dá certo. Podemos nos livrar de tantas coisas. Mas o que ficou marcado  no tempo, isso permeia para o resto da nossa vida.

Eu caí em mim, notei, enfim, em qual contexto tinha que estar, permanecer e ficar. Porque não dá pra viver sendo um outro eu o tempo inteiro. Por mais que seja bom no ilusionismo, por mais que a atuação seja perfeita, a máscara cai, então, sentimos falta de alguma coisa que nunca sabemos explicar. E quer saber por quê?!. Porque a gente fica impregnado do nosso “Eu”, nos viciamos em ser aquilo que temos por essência, e não adianta lutar contra um vício de liberdade, de extravasar e de descansar a mão que segura a máscara.


Quando me encontrei sem mim, e notei que eu me perdi e não sabia mais distinguir os cheiros, as cores, o toque, nem tinha mais um reflexo que pudesse ser reconhecido.Sabia que tinha algo de muito errado acontecendo comigo, mas eu não tinha uma explicação lógica, pela primeira vez, eu não entendia, só conseguia entender que nem todo dois mais dois é quatro. Tudo estava impregnado de um eu tão complexo, tão extremo. E assim, eu me pegava pensando, o que aconteceu? e o fazer agora? Mas eu não sabia.

Hoje eu já sei, que meu eu está em mim, infiltrado, por todo meu corpo, pela alma. É minha forma de andar, é meu respirar e meu pensar que ele comanda. E eu, ahh ... eu não me perdi, só esqueci de perceber que sou o real do meu reflexo.

Se antes eu não tinha paladar, não sentia mais o cheiro, não havia mais amor ... hoje me sobra, e eu estou no contexto, e tão distante do que eu era, mas ainda sou a mesma.

‘From scratch begin again but this time "I" as "I"

Comentários

  1. Demorou pra notar que és "real do meu reflexo".
    Cuida do que é teu, e deixa o resto pra lá!

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  2. Eu cuido, mas não estou alerta em todos os momentos, sou muito humana pra isso.

    Mas obrigada pelo comentário. =/

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