Entre(laçados)

Por você, tudo tomaria um rumo tão longínquo. Eu fazia menção de ter meus achados mutáveis, você não deixava. Lá fora, cores mudavam. Aqui, a dos teus olhos, do teu cabelo, da tua pele, da tua boca. Cor com sabor, com cheiro, intensificadas a cada momento.
[gosto das nossas cores misturadas]
.
…..Confissões ásperas. Lábios macios. Todos os sentidos, sedentos. Se requerendo.
…….Sensualidade carmim criada na preguiça dos corpos, quentes. Envoltos. Sobrepostos. Entrelaçados entre laços invisíveis.

Contava segredos, sonhos, devaneios… logo depois, atônita, sem graça eu tentava desviar o olhar. Você me puxava, me pegava, me trazia de volta. Queria que eu te dissesse cada desejo, assim, olhando nos seus olhos. Quer? Eu corava. Você não aguentava olhar apenas. Era preciso chegar o mais próximo possível. Sentir todas as texturas nos nossos argumentos contraditórios.

Você embarca nas minhas loucuras e eu, nas suas; experimentamos sabores, texturas…Boca seca, respiração compassada, a busca… a busca…

[fiquei com água na boca, ao imaginar]
Das palavras ditas, feitas o lençol. Contemplando as nuanças da realidades expostas enquanto o sonho se faz sentir. Onde a provocação é inevitável, o incomodo não tão incomodo. E a realidade tão tentadora quanto a imaginação.

 [sempre fugi da vulnerabilidade dos meus sentimentos, mas, com você, gosto de estar assim... exposta, inteira... sua...]

Entre malícias, curiosidade. Entre olhares, cumplicidade. Entre medos, confiança.
Entre nós, só eu e você. E assim não é preciso de mais nada.

Deixa? O mordiscar dos lábios e um sinal com a cabeça, dizendo que sim, traduziam todo um mar de vontades. A mistura de hesitação, receio, coragem e vontade nos inflamava. Nesse nosso mundo, podíamos, (podemos), nos permitir… tudo.
[prefiro os pecados que criamos juntos]
Muito fácil reconhecer pela ponta dos dedos a regra do jogo. Toque aveludado. Arrepios. Meus olhos te fitavam sorrindo; você sabia. E assim tudo tomava pra si um rumo desenfreado, brigando entre a realidade e a ilusão. E essa foi minha realidade mais ilusória, também foi a ilusão mais real.
Os minutos conduziam. Por mais explorado que tivesse sido, sempre tinha mais... muito mais. Eu gostava. Mais. Eu queria. Mais. Eu quero.
Agora?
O que acontece depois? Que tal começar pela desordem do fim? Então, me lê, sem destino, sem sequência. Me sequencia como quiser, e me leia, do inicio ao fim. Serei tua mistura fina de reticências. Sem destino, sem ordem, mas com sentido, o sentido que quiser.
Isso ... Hm ...
Entre,
……..Dois,
Nós,
……..Corpos…
Não,
……..Deixa,
Fica,
……..Assim,
Eu,
……..Seu,
Você,
……..Desejo..
Fica…
.
Nós… Bem atados!!
Entrelaçados, perdidos, achados…
Saudade não é ex, tampouco amor. Existe meio termo? Não sei a resposta exata. Mas suponho que seja a vida da qual abrimos mão por um sonho (ou por um erro) e isso é passado. E de escolhas e de perdas é feita a nossa história. Não há nada que se possa fazer a não ser carregar por um tempo um peso sufocante de impotência: eu escolhi que aquele fosse o último abraço. E isso parece triste. Como um peso morto carregado pra sempre nas costas.
“É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar. É triste lembrar como eu ria com ele. Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe.”

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