Nem sou tua, nem tu és meu

“Em que és [...J fictício, 
Em que tempo parado 
Foste o (...) cilício 
Que quando em fé fechado 
Não sentia e hoje sinto 
Que acordo e não me minto... “

Fechar os olhos pra muitas coisas nem sempre é tão fácil, mas fechar os olhos pra palavras não ditas é pior. Palavras escondidas machucam quem as esconde, e por períodos de esquecimento, machucam muito mais quando lembradas da existência.

Acordei com o peito dolorido, levantei, coloquei os pés no chão e prossegui meu itinerário habitual. Mas ainda há o nó na garganta, angústia, peito apertado. E um receio péssimo.
Pelo sim, pelo não, melhor é ficar apenas olhando.

 “E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais.."

Mas o que eu posso dizer é que estava me sentindo bem, mas agora ...?!
Daqui, entre minhas manias, prefiro não imaginar. Quantas vezes só hoje já fugi de pensar. A vontade, hoje, de fingir não ter existido pra ti, no ontem. Nunca fui. Agora, controlarei meu trajeto, guardarei meu tempo, minha insegurança. E vou partir outra vez.

Fui tão pouco pra ser o suficiente
O que nem é simples de admitir
E não há uma palavra sequer a dizer-te
Nada sendo por acaso
Mas com musica
Ao redor
É tudo o que sobrou?
É um pronome de caso reto
Ou mais um possessivo transferível
Mas não sou mais tua
Nem tu és meu
Em versos findo nossa história
Não volto
Não peça
E eu faço o que sei de melhor
Observar de longe
E aos poucos
Esquecerá que fui
Tua vida
E tu a minha. 

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