"E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."
“Ocupei-me o tempo todo para disfarçar a saudade.”
Sempre
acomete aquela sensação de perder-te;
Depois
sinto tua volta atravessar minha pele.
É
de uma agonia tão fina;
Dolorosa;
Que
sempre dói.
Melindra-se.
Machuca.
No
entanto, quando voltas.
A
serenidade inquieta faz-se viva dentro do peito.
Tanta
incerteza que há entre duas pessoas tão estranhas;
Tão
semelhantes,
Que
razão há?
São
nossas velhas ligações incompreensíveis?
Talvez
tenhamos vivido tantas outras vidas;
Em cada uma delas tenhamos nos encontrado
E
desencontrado;
Infinitas
vezes.
Repetidamente.
Que
por força do hábito;
Aqui
estamos nós;
Nessa
vida;
Dando
adeus a cada dia;
Sofrendo
a ausência de quem se perdeu
E
se encontrou,
Por
um acaso.
O
perdão.
Então,
ao ver-te ir,
Despeço-me
de mim mesma.
Sem
concordar.
Sem
aceitar.
Despeço-me
por necessidade.
Meus
olhos despedem-se dos teus.
A
dor se acomoda um pouco mais no meu peito.
E
assim, ainda sendo tua,
Enquanto
o fio da saudade desenrolar-se adiante,
Eu
aguardo.
Guardo-me
em mim,
Pra
enfim voltar pros teus braços.
Sobrando
apenas o medo,
E
meu único medo é que um dia esqueça-se de voltar.
Mas
saiba,
Até
onde teus passos andarem,
Meu
coração esquecido contigo, guardado estará num bolso.
Batendo
sozinho.
O
tempo irá se esvair,
Mas
aquilo que significamos,
O
que houver permeado,
Ficará,
Guardado.
Escondido;
Até
o fim.
“Mas lidar com aquela ausência me desnorteava.”
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