A Lavínia

Por algum motivo, os quatros corpos encontrados eram de uma mesma mulher. Não quero confundir-te, é que elas tinham o mesmo nome, mas não, não era uma pessoa só, eram quatro em uma. Cada uma de um jeito diferente. Mas todas tinham uma peculiaridade. Todas eram Lavínia. Isso mesmo, uma tinha um ar espevitado, a outra era muito séria, a terceira era um pouco silenciosa e observadora. A quarta, era a que mais chamava a atenção, tinha um charme que ninguém poderia explicar, e se fosse pra te explicar, melhor seria conhece-la. Porque palavra nenhuma seria suficiente pra descreve-la. 

Vejam bem, fazia seis meses que o destino criava caminhos pra que as quatro Lavínias batessem de frente uma com a outra. E esse caminho tinha um nome, uma fúria interna que ninguém imaginaria ser capaz de causar o fenecimento de quatro histórias lindas. E assim aconteceu.

Te conto mais, a Lavínia era desconhecida dela mesma, que mal sabia que caminhos haviam em frente aos pés. E assim ela andava, entre buracos, por cima de pedras, mas não desistia de andar. Por algum cálculo que ninguém entende, ela sabia, que havia muito mais a se fazer, muito mais a viver.

Provável que uma dessas características da Lavínia tenha roubado o coração do Agenor. Ou todas. Aliás, poucas as características não são. Devem ter sido todas. E por não suportar tamanho sentimento, tamanha personalidade, coração e alma, ele resolveu suprimir o que vinha tirando seu sossego. Acho que ele nunca soube lidar muito bem com “Lavínia”. 

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