“É assim então o teu segredo. Teu segredo é tão parecido contigo que nada me revela além do que já sei. E sei tão pouco como se o teu enigma fosse eu. Assim como tu és o meu.”

“Meu segredo é ter os olhos verdes e ninguém saber. 
À extremidade de mim estou eu. Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta. Mas a que canta. A que diz palavras. Palavras ao vento? que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo.

Eu. Adentro. Tão perto. Movendo em mim uma paz, desabilitando qualquer ar que me invada de tua existência. Eu estou perto. Longe. Perto o suficiente pra que me doa o coração. Longe o suficiente para não alcançar o laço que te dei. Se das minhas palavras murmurando saudades, no meu gesto atado nos movimentos de sua boca, procuro a mim, clamando: Se aquieta. Silencia a mente. Inexista. Deixa-se partir, e a partir dai, então, seja completa. 

Na incompreensão de te procurar, em meio a escuridão inoportuna de minha mente, condensa tua vontade com a minha. Sejamos infinitos. Não seja nada, e seja tudo. Desvenda-me ao passo que me escondo das tuas questões. Seja sujeito, e meu complemento. Transformo “eu” em “você”, e nós seremos “eu”. Repete. [Des] configura, [Re]configura você e eu. Nosso caso, um amor, cama, hoje, amanhã, depois.

Veja bem, estamos condenados. Em cada passo que te espero, me perco, parto. Envelhecida nas tuas memórias recentes, aguardo o que me resta entre nossos lábios. E a noite, quando não tenho mais força, despeço das minhas faltas, protesto em voz alta: Se aquieta. Silencia a mente. Inexista. Deixa-se partir, e a partir dai, então, seja completa. 

Quando, achar que nossa despedida se resume ao ponto final, por si mesmo, deixa durar até a próxima letra, deixe se permear nas entrelinhas. Não, o ponto é questionável. O que finda são lamentos, enquanto nos meios termos, aderido nas reticências, arde. Inquieta. E você sabe muito bem, que ao me prender na tua vida, eu te prendi em mim. E o que eu não comando, em mim, meu grito, meu bravejar, desisto de aquietar, deixo minha mente trazer o barulho, e existo em ti. Volto sempre no fim, no minuto certo, pra complementar e não ser completa. Porque o que há em mim, em ti, também existe.

“Não. Nem mesmo a angustia. O peito vazio, sem contração. Não havia grito.

Comentários

  1. Ka, já senti algo parecido. Ai achei melhor colocar de lado, depois de um tempo insistindo eu fui nota que não adiantava. Ai o amor foi ficando frio.
    Sentimento assim é melhor esquecer mesmo.
    Quem for para valer a pena vai sabe cuida de vc.

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    Respostas
    1. Oi,

      Então Marcos, eu não sei exatamente se concordo contigo. Prefiro a visão de resolver as coisas e depois disso partir para outra, já inteira, para não magoar ninguém.
      Hoje em dia vejo que não era um amor correspondido, foi apenas uma brincadeira que me rendeu alguns anos de bons poemas e textos. Não questiono e reclamo, eu deveria ter pensado um pouco antes, mas aos 18 anos a gente não pensa muito nas dores que virão depois.
      No mais, agradeço pela sua visita. É bom saber que vez ou outra alguém já sentiu as minhas palavras.

      Bjaum

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