"E essa tragédia que é viver, e essa tragédia, tanto amor que fere e cansa"

"...o meu coração já não me pertence,já não quer mais me obedecer,parece agora estar tão cansado quanto eu..."

O que há de se fazer quando o dia tem um rumo lento? Demora-se a ir? Não sei, eu queria realmente entender. Como não sei o fim, o meio termo, e meu passado ficou embaraçado com minhas memórias de ilusão, cá estou aqui, sem saber de onde eu vim, para onde vou e o que aconteceu. Compreenda. Meu presente tá conturbado. Meio sem sentido. Sem ação. Talvez eu esteja pela metade. Ou provavelmente estou inteira, e ainda assim sem mim mesma.

E o meu dia? Como que está meu dia? Meu dia anda assim, tranquilamente choroso. Dia meio nublado. Meio de metade avessa, metade do lado certo. E eu até compartilho com os outros algumas poucas palavras. Mas por algum motivo, por algum desequilíbrio, eu me permiti, passou a apetecer do meu inquieto querer, a ida do auge de um sorriso ao pranto de uma lágrima, e outra, depois outra e mais uma. E pra que tanto choro? Qual o motivo de tanta lágrima se eu já conheço essa história faz tantos anos? Se eu já sabia que estava "perfeito demais"? 

Do precipício eu peguei voo. Virei dente de leão no ar. E estou aqui, no ar. Leve. Não exatamente contente, mas relativamente tranquila. Ainda meio no avesso e meio correta. Um pouco mais calada. Um pouco mais na minha quieta inquietação. Estou cá dentro, aprisionada nas palavras que custosamente coloco grafadas na tela, na ânsia de um dia escrever versos menos dolorosos. Com verdades mais amenas. Com uma paz de quem dança um blues a dois. E se errar os passos da calma, da tranquilidade que tanto almejo, eu me lembro que no fim da tarde, mesmo que demorada, vou levantar voo, vou virar dente de leão, e sem precisar ponderar, sem culpas, vai ficar tudo bem. Sem você me ver, sem eu ver a ti, sem um tanto de amor, deixa o passado na história e um sorriso sereno nos lábios permear a alma. 

"Eu não sei o que espera por mim, mas pouco importa o que venha a ser" ♪...♫