Eu eu me fechei assim

Aos meus olhos, sempre entre os tons propensos a cair, moldados ao encaixe do céu que se perdem no meio das estrelas, eu pude perceber que quanto mais longe eu estava, mais eu podia conduzir as cores que me traziam seus olhos sem desviar por um instante sequer dos meus.
Com as imprecisas mãos, apontei acima do pensamento, a luz da lua me tocou a pele me atando, e o meu corpo ficou imóvel, enquanto fechava os olhos, senti a terra se mover com os pés firmes ao chão, e nas ameaças de lágrimas cair, eu deixei um sorriso falso sob o rosto, estrangulando as emoções, proibindo minha tristeza, abreviando minhas frustrações. Nessas poucas lágrimas ingratas, senti uma angústia tocando minha alma, como nunca antes, mesmo enquanto apaixonadamente molhavam minha face por alguma química que não se fez segredo, em cada curva, até parar por instantes e sibilando, morreram de encontro ao chão.
Eu parei o tempo, pra achar espaço na tentativa de por míseros segundos calar minha mente provocante, aprendendo que a vida é quem nos leva a morte . Tive tempo até pra me convencer de que eu encontrei a pessoa certa nos lapsos de realidade, então, o tempo falou por mim e me calou, até eu não recordar de como a vida nos marca na certeza de não querer nada além de estar envolta nos teus braços.
Quero o mundo caindo aos pedaços sem me despedaçar, se eu achar tudo comum demais, eu volto a fechar os olhos e me encontrar nos sonhos, que talvez por lá eu sonhe tanto que simplesmente esqueça de acordar, e o sonho vire realidade e só assim buscar a verdade não mais pela metade, mesmo que incurável para a alma.
Renego qualquer pretensão, não insistindo somente que não poderia ocultar e dobrar minha recusa, é que a vida me reprime a destemer um futuro certo, é inútil esperar por respostas, é só começar pelas mentiras injustas, a matéria por tantas vezes parece não ser tão digna quanto às cinzas.
Desolei-me da filosofia da corrosão que faz o tempo, esqueci dos segundos, porque foi parando o tempo que eu achei espaço na tentativa de por míseros segundos calar minha mente provocante, aprendendo que a vida é quem nos leva a morte. Percebi que chega um dia que a gente faz as coisas uma ultima vez, e então faz alguma outra coisa pela primeira vez. E termina.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

I'm miss your touch - Emily Browning

A vergonha

Indignada...