O papel

Tantas coisas ocorreram, mas perdendo tempo sem saber onde poderia terminar, e nos nossos trechos patéticos e infantis escritos em fatídicos momentos de fraqueza, em que minhas mãos não tinham força para se manter estáticas, te entreguei o que mais importava.
Enquanto o céu desanuviava e quebrava o gelo da noite, pouco a pouco, eu recobrava minha consciência remota, em minha amnésia de palavras que me interrompiam em silêncio e tomavam conta da minha imaginação.
Continuava em frente ao papel, que não tinha sentido além do branco incandescente diante da razão que me levava a estar ali.
Dia após dia, em minha cabeça se criou um vazio, como um zumbi, continuei sem saber até onde parar, tornando aos poucos retalhos de mim mesma. E nada mais tinha sentido, nem motivo a não ser o que mais eu amava.
Quando gritei, apenas senti um repasto de lágrima caindo, e sabendo que aqueles eram os últimos minutos que existiam perante minha existência, eu pensei em ti, e apenas em ti, como nunca havia pensado antes.
Tantos segredos eu deixei guardados, tanto eu fiz pra no ponto final colocar reticências, mas não tem nada, porque mesmo depois do fim eu estarei aqui, por você e por mim.

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