Temperança do destino


Cheguei ontem de viajem, faziam 15 dias que eu estava longe de tudo o que eu chamaria de “meu mundo”. E me encontrei com velhos pensamentos. Obviamente que isso sempre trás uma série de outros pensamentos, lembranças de como já houve coisas boas, mas também que houve coisas ruins demais.

Eu vou por agora me preparando, atenta aos detalhes que a vida deixa escapar, pra não continuar apenas vivendo através de uma pseudo-inteligência crônica que a gente insiste em usar pra tomar algumas decisões. Não que eu esteja querendo subestimar a vida, ou que todas as perguntas sejam previamente conhecidas. Só quero solucionar algumas coisas mais cedo, e não deixar tudo a mercê da temperança do destino.

Sempre achei esse troço de destino uma coisa muito fascinante, porque ele é acima de tudo imprevisível, e a gente fica sempre esperando por não ter escolha, desesperados. Isso é inevitável. Então, a gente aprende que não vai haver ninguém que nos ensine o caminho ou os lugares dos buracos do percurso, e mesmo assim a gente vai tentar caminhar na escuridão.

Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos. Na verdade, não há caminhos.

A vida é assim, um circulo vicioso que por mais que conte as mesmas histórias, elas possuem alguma diferença. É como uma pista de carte, as primeiras voltas são até tranquilas, mas depois de um tempo, a pista tem óleo, defeitos, e isso faz com que o carro derrape ou que a gente tome mais cuidado com a velocidade. É por isso que existem pessoas que fazem tudo quando aparentemente não estão fazendo nada, elas estão tentando ir devagarzinho, assim como eu, porque quem tem pressa cansa ou perde a direção. Vamos abster da necessidade de ir rápido demais quando o que é mais lentamente degustado tem um brilho a mais.

“E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.

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