Um singular em mais um plural

A vida é sempre plural e singular. Viver é experienciar constantemente a dinâmica desses dois lugares. Quando somos plural, só podemos o ser se estivermos na posse de nossa singularidade, caso contrário, a pluralidade nos esmaga.
Imagine um mosaico, lindo e cheio de cores, nele há uma multiplicidade de peças. O mosaico é plural e só existe porque as peças saíram de suas singularidades. Só assim ele pôde ser formado. Mas para dar forma ao mosaico, as peças não precisam abrir mão do que elas são. Não foram negadas, e sim passaram a compor um todo que jamais conseguiriam sozinhas.
No encontro entre um eu e um tu, uma terceira pessoa se estabelece. Nossos olhos não podem enxergá-la, mas a nossa sensibilidade nos aponta para ela. O nós, é o que sobra do encontro entre o eu e o tu. O que era singular deixou de ser, assumindo uma nova identidade; a de ser plural.
Minha mente, uma mente louca, transcende. Respira. Afaga. Sente. Chora. Chora. Chora. Chora. Será que ainda é possível mais? Daí, volta a sentir...como se algo muito grande inflasse sobre ela. Pressiona tanto! Dói. Tudo agora é assim, eu sei mas não entendo, não esclareço mais quando tento...o meu dia se transforma em algo que não consigo mensurar.
Só cabe à mim esquecer, mas me pergunta se eu quero? Pois é. Meu corpo, agora mudado, dança no meu próprio entendimento. Meu coração? Precisa de paz agora. Porque não é preciso saber, basta me olhar, me olhar nos dois sentidos: de saber e de preciso. Nada agora é mais preciso do que agora é necessário. Pois rasguei minhas teorias, perdi meus segredos, arrebentei minha verdade e perdi minha bússola... Mas acabo de me encontrar; guardei meu coração.
Assim são as relações, tudo começa pequeno e só cresce, só deixa de ser singular, se o permitirmos.
Eu permiti.

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